“O potencial de estrago do Cid é enorme, principalmente por ser alguém da confiança absoluta de Bolsonaro”, afirma um parlamentar do PL
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid vai finalmente confessar a investigadores a existência de um esquema de recebimento de venda ilegal de joias dadas por governos de outros países ao Brasil. O militar dirá que agiu por ordem de Bolsonaro. Para o entorno do ex-mandatário, o novo depoimento de Cid tem “potencial explosivo”, conforme apurou Gerson Camarotti, do g1.
Interlocutores de Bolsonaro avaliam que Cid resolveu falar porque vê as investigações da Polícia Federal avançarem sobre seu pai, o general Lourena Cid, enquanto arrefece o respaldo de aliados no Exército a ele. “Até então, pai e filho tinham aliados no Exército que pressionavam pelo fim da prisão preventiva de Cid. Mas depois da operação da PF, o general Lourena Cid e o tenente-coronel Cid ficaram isolados na caserna”, diz a reportagem.
“Se Cid permanecesse em silêncio, ele e o pai assumiriam sozinhos os crimes e as penas seriam maiores. Ao falar que cumpria ordens, sua responsabilidade nos crimes passa a ser bem menor”, afirma um integrante da cúpula militar.
Há o temor ainda de que, sentindo-se abandonado, Cid fale não apenas do caso das joias, mas também sobre a falsificação de comprovantes de vacinação e sobre os planos para um golpe de estado após a derrota nas eleições.
“O potencial de estrago do Cid é enorme, principalmente por ser alguém da confiança absoluta de Bolsonaro”, diz um parlamentar do PL.
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