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Por Juliel de Oliveira Batista –
O candidato a vice-governador, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, do PP, concedeu entrevista exclusiva à Folha de Dourados. Político com larga experiência na vida pública, ele pontuou inúmeras questões antes do pleito, cujo primeiro turno ocorrerá neste domingo, 02 de outubro.
Na entrevista, ele ressaltou o papel fundamental do Governo do Estado no desenvolvimento dos municípios, incluindo Dourados, do qual tem forte ligação – profissional e familiar. Barbosinha salientou o quão importante é um político com bagagem de várias experiências, seja no legislativo ou no executivo, ser vice de um candidato [Eduardo Riedel, do PSDB] que também possui uma trajetória extremamente interessante e de alta vivência.
Um dos pontos tocados pelo candidato está no seu papel enquanto deputado estadual e colaborador do Governo do Estado. Para ele, foi fundamental essa experiência para que assim pudesse estar hoje como candidato a vice, mesmo que isso não tivesse sido programado.
Barbosinha abordou pontos que para ele são vitais, como o chamado municipalismo que foi implementado pela a atual gestão. Ele pontuou que isso é algo vital para que o Estado hoje viva novo momento na economia – saindo da condição de mero exportador de matéria prima bruta, para um Estado industrializado.
Barbosinha frisou a importância da representatividade da Grande Dourados no Poder Executivo, tendo alguém olhando com “carinho” para a macrorregião como um todo, sem esquecer do restante do Estado. Mas para isso, lembrou que Dourados precisa e necessita de representantes nos âmbitos federal e estadual para trazer recursos às áreas mais carentes.
No final da entrevista, Barbosinha pediu aos eleitores que pesquisem nas redes sociais, o Google, por exemplo, a história de cada um dos que estão em disputa no pleito para definir o voto.
Confira a entrevista:
Folha de Dourados – O senhor é deputado estadual. Como foi esse mandato, o que fez para Dourados e região.
Barbosinha – Estou como deputado até janeiro. Como deputado estadual eu cuido do Mato Grosso do Sul, onde eu tenho as minhas bases eleitorais, mas na última eleição, eu obtive votos nos 79 municípios do Estado, em maior ou menor intensidade. Mas não tenha dúvida, que o nosso olhar ele é bem mais atento para a região e o local onde você mora. Então Dourados, além da destinação expressiva de emendas para diversas entidades (assistência social, educação), também a postulação pelos interesses de Dourados. Por exemplo, eu fui líder do governo na Assembleia Legislativa, um cargo espinhoso, difícil, mas eu também utilizei essa função para ajudar a cidade. Hoje por exemplo, quando você anda em Dourados, você percebe que quase a totalidade das obras realizadas no município, são do governo do Estado: Marcelino Pires, Weimar Torres, Joaquim Teixeira Alves, Hayel Bon Faker, o quadrilátero central, restauração do Jardim São Luís, a duplicação da MS-156. São inúmeras obras que estão inseridas. Então se você pegar, o avanço do saneamento, quando fui presidente da Sanesul, Dourados tinha cerca de 15% de coleta e tratamento de esgoto, hoje Dourados, tem mais de 85%. Isso tudo fruto de um trabalho, de gestão. Então Dourados, tem recebido uma atenção muito especial, e obviamente nessas ações, tem a nossa participação, e na Assembleia Legislativa eu tenho cumprido meu papel. No 1º mandato fui presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, sendo essa a primeira vez que um deputado que está em primeiro mandato, assumiu a comissão mais importante da casa, e líder do governo. Acredito que enquanto deputado estadual eu cumpri as minhas funções em todos os âmbitos.
O senhor estava colocado na pré-campanha como candidato à reeleição. Como foi o processo que o tornou vice de Eduardo Riedel?
Na verdade, eu tinha a eleição para deputado estadual muito bem encaminhada, programada, era só cumprir os prazos partidários e pôr a campanha no chão, acreditando, inclusive, que a reeleição estava bem encaminhada. O convite veio, praticamente, no último minuto da prorrogação, uma decisão rápida, tendo o convite sido feito praticamente no dia da convenção. Lógico que eu sabia que o meu nome vinha sendo sondado, mas não havia nenhuma conversa, no sentido de que eu fosse o vice. O convite veio do Eduardo Riedel, da Teresa Cristina (deputada federal e candidata ao Senado) e do governador Reinaldo Azambuja. Isso para mim era um grande desafio, mas a minha vida sempre foi um desafio, como um menino pobre que fui, e onde eu cheguei. Então, naquele momento, eu entendi que era mais importante para o Estado que eu abrisse mão, para a região da Grande Dourados, Vale do Ivinhema e do Cone Sul, de um projeto individual e que pudesse participar de um projeto coletivo. Eu penso que, enquanto deputado estadual eu pude ajudar e fazer muito, enquanto vice-governador eu posso muito mais, e levar junto com Eduardo Riedel muita experiência que eu tenho, como advogado, professor e prefeito aos 23 anos (de Angélica), de presidente da Sanesul por mais de 7 anos, pegando uma empresa quebrada e transformando em uma das maiores companhias de saneamento do país, experiência como secretário de justiça, tornando o MS mais seguro, além de mandatos no legislativo. Se o Riedel não me escolhe, ou eu digo não, teríamos uma grande chance de não ter nenhum candidato a vice-governador da região da Grande Dourados.
O senhor comentou sobre a representatividade de Dourados. Nesse sentido, qual a maior importância de ter um candidato oriundo de Dourados?
Primeiro precisamos focar na perda de representação de Dourados e da Grande Dourados, composta pelos 32 municípios e uma população de quase 1 milhão de habitantes. Nós perdemos representação na Câmara Federal; hoje não temos nenhum parlamentar federal que represente Dourados, nunca elegemos um senador da República. Dourados sempre foi lembrado por todas as chapas para indicação de um vice, nessa eleição de agora, a região estava perdendo esse protagonismo. Então eu penso que a questão do vice-governador, no meu caso, não serei um vice decorativo; a função dele é ser substituto na ausência do titular, em alguma circunstância o vice assume. Nas minhas conversas com o Riedel ao longo desse processo me colocam na condição de ser um vice com participação na administração do Estado, na qual precisa de pessoas que ajudem o governador, a tocar e comandar essa grande aeronave, chamada MS, então isso não é trabalho para uma única, mas sim por várias mãos. Então penso que serei vice-governador, obviamente de todo o Mato Grosso do Sul, mas um vice que reside em Dourados, e que conhece os 79 municípios do Estado, que conhece as inúmeras realidades do MS, mas conhece de uma forma muito especial o Vale do Ivinhema, onde eu comecei a minha trajetória política, sendo prefeito de Angélica, conhece o Conesul do Estado, conhece muito bem a Grande Dourados, e conhece Dourados, na qual convivo desde 1982, quando vim pra cá para estudar e me formar no curso de Direito. Então eu penso que morando aqui, tendo minha esposa médica há 25 anos, tenho um filho de 24 anos que nasceu em Dourados, eu conheço nossa realidade em todas as áreas. Penso que é importante ter um vice-governador que resida na cidade, com as pessoas tendo acessibilidade de me encontrar, então acho que isso é muito importante para a gente estar ao lado do governador, obviamente olhando por todo o Mato Grosso do Sul.
Folha de Dourados – Sim, mas especificamente para nossa região…
Então, conhecendo as necessidades de Dourados e da região como conheço, e sendo vice-governador posso ajudar muito em áreas vitais como a saúde, habitação [na qual temos um déficit habitacional], reforçarmos as estruturas de segurança pública, porquanto estamos numa área de faixa de fronteira, da assistência social, porque o Estado não pode ser somente o Estado das obras, mas aquele que também possa estender a mão na geração de emprego, qualificação profissional. Nós estamos deixando de ser um Estado apenas produtor de matéria prima, para ser um Estado industrializado. É evidente que as nossas cidades estão sendo alteradas. O MS é a bola da vez do investimento, e precisamos dotar as nossas cidades de infraestrutura para suportar esse crescimento.
O senhor comentou sobre a perda de espaço político que Dourados que vem prejudicando toda a macrorregião. Quais as razões que o senhor aponta como a causa do problema?
Na política, na verdade, liderança é uma coisa que você conquista, você não impõe. Não vamos receber da capital do Estado a disputa para o governo do Senado de graça. Nós devemos construir o nosso caminho, para isso precisamos consolidar Dourados como um polo político regional, isso é um processo em construção, formar lideranças. Primeiro mostrando a importância regional de se ter esses atores participando do processo e, assim, vislumbrar um dia de termos um governador saindo da região da Grande Dourados. Repito, para isso é preciso formar lideranças políticas e construir união que possibilite a consolidação desse processo. Então a política tem sido muito egoísta em nossa região. Vejo ao longo dos anos que as lideranças formadas em Dourados são oriundas de projetos individuais e não coletivas.
Uma vez vice-governador, entre as tantas carências de nossa região, qual seria a mais urgente?
Nós vivemos nesse momento uma grave crise na saúde pública, que é seguramente a maior reclamação da população. A gente precisa firmar parcerias e auxiliar os municípios. Teremos para breve a entrega do Hospital Regional e o Centro de Diagnóstico Médico fará todos os exames por imagem. Já pensar na ampliação do Hospital Regional, isso é fundamental e melhorar as estratégias de saúde da família, lógico que eu estou falando aqui das questões municipais, porque Dourados é saúde plena, a gestão da saúde compete ao município, mas o Estado não pode ficar omisso diante do sofrimento das pessoas. O Estado tem tomado medidas. O Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados operando praticamente todos os dias. Nós temos a locação do Hospital do Coração para cirurgias cardiovasculares; o Estado tem o programa “Opera MS” e um outro “Examina MS”, mas precisamos de consolidar em parceria com o município, uma melhor reestruturação da saúde de Dourados, começando pelas estratégias da saúde e família, passando pelas Unidades Básicas de Saúde, chegando na Unidade de Pronto Atendimento, quem sabe nova construção de nova UPA ou ter postos de saúde com horários estendidos. A única maneira de você desafogar a UPA e o Hospital da Vida são essas estruturas primárias de atendimentos funcionando bem. Vale ressaltar que Dourados é um polo regional de 32 municípios, média e alta complexidade dessas 32 cidades vem para Dourados.
Folha de Dourados – E outras prioridades…
Uma outra questão é a habitação, precisamos desenvolver um grande projeto para poder recompor o déficit habitacional que temos no Estado e em Dourados. Num outro aspecto é o fortalecimento da educação, com escolas em funcionamento em período integral, porque esse é o maior projeto social que nós podemos fazer, mas auxiliando o município, na verdade o ensino fundamento e médio, o aluno faz na sua localidade, sem muito atribuir se as funções competem ao Estado ou ao município, mas trabalhar em integração. A pandemia nos ensinou os vazios que nós temos e as grandes diferenças, inclusive tecnológicas, de alunos que não tinham acesso ao arsenal tecnológico, e que precisamos de inclusão digital para possibilitar educação de qualidade. Uma outra questão é a qualificação profissional. O MS hoje tem 20 mil vagas que poderiam ser ocupadas por sul-mato-grossenses, mas que não são ocupadas por falta de qualificação profissional. Penso que seja necessário o Estado criar um canal de interlocução com essas empresas, indústrias que estão se estabelecendo no MS, conhecendo as suas necessidades e criar meios de qualificação desses profissionais, inclusive resgatá-los dos problemas sociais. O MS por exemplo tem o Mais Social, que coloca R$ 300,00 na mesa das famílias de vulnerabilidade, na qual o Riedel disse que vai manter e irá aumentar para R$ 450,00, da mesma forma o programa de energia social que aproximadamente 150 mil famílias têm suas contas bancadas pelo Estado. Em Dourados várias famílias recebem esse auxílio do governo do Estado. Ao mesmo tempo que você qualifica e insere essas pessoas no mercado de trabalho, você dá dignidade a essas famílias. Então o maior projeto social que você pode implementar, ao meu entender, é educação de qualidade, nivelando os processos de aprendizagem em nível de igualdade. O que falta de fato é a oportunidade. Obviamente infraestrutura é fundamental, nós pensarmos esses projetos de parceria. O que acho que estamos defendendo muito é o modelo de gestão. O governador Reinaldo construiu um modelo municipalista, em que o Estado sai da capital e vem para o interior, atendendo as necessidades de cada cidade. Se você vai nas cidades, elas viraram um canteiro de obras do governo do Estado. O que defendemos é modelo de gestão, não é o governo, em que mostra que vem mostrando resultado. Se o Reinaldo foi um bom governador, o Riedel poderá ser muito melhor, porque vai receber um Estado muito melhor daquele recebido há 8 anos atrás.
O que o senhor espera dessas eleições que irão ocorrer agora no dia 02 de outubro, numa análise geral? E num segundo momento, suas considerações finais.
Eu espero que o eleitor sul-mato-grossense faça uma reflexão profunda, compare, dá um Google nos nomes dos candidatos e compare a sua história, seu trabalho, conheça a trajetória. Por exemplo, a do Eduardo Riedel, do Barbosinha, como nós nos comportamos ao longo desse período, se respondemos a algum processo por malversação dos recursos públicos, como eu ocupei várias funções no executivo, por exemplo, o Eduardo Riedel esteve no governo ao longo desses mais de 7 anos, tendo ocupado cargos importantes na iniciativa privada. Necessitamos da figura de um administrador, de um gestor, uma figura que tenha experiência administrativa comprovada, para que possa tocar o Estado, e que venha com ideias novas. Tem candidatos que já deram a sua contribuição, outros completamente inexperientes, despreparados. Nesse aspecto o Eduardo Riedel é o mais bem preparado para governar o MS, e tem um vice que vai estar ao lado dele, o auxiliando, também com experiência no legislativo e executivo. Então eu peço que o eleitor faça um voto consciente, um voto qualificado, e a melhor forma de fazer isso é buscar, consultar sobre as nossas respectivas histórias. Em relação a Dourados especialmente, eu penso que além de fazer essa reflexão precisa de considerar que a única chapa que tem representação de Dourados e da macrorregião é a do Eduardo Riedel. Com isso é preciso que o eleitor de Dourados pondere, se é bom ou não que Dourados tenha um vice-governador, que conhece o Estado. De outra parte, eu espero que o processo seja efetivamente democrático, que as pessoas se respeitem, que elas possam exercitar a festa da democracia, com cada um ocupando as suas trincheiras, exercitando aquilo que ela pensa que seja de melhor, respeitando o outro, com paz, amor, fraternidade. Que a eleição seja apenas uma disputa eleitoral e que passando as eleições, possamos voltar a conviver num regime de paz, tendo Deus a frente desse processo e sempre acreditando que o novo vem muito forte será melhor do que aquele que está findando o seu compromisso, o seu mandato. É exatamente que eu espero, que possamos fazer uma transição, de uma forma bem tranquila, Eduardo Riedel, governador do Estado é uma transição muito tranquila para os municípios, é um modelo bem-sucedido que hoje você anda por todo o Estado ele tem produzido bons resultados. Eduardo Riedel é a continuidade melhorada dessa parceria. Por fim, quero agradecer o imenso carinho das pessoas, em todo o MS, mas especialmente na nossa região de Dourados, na qual fiquei com essa responsabilidade de cuidar daqui. Estou sendo bem recebido pelos prefeitos, vereadores, lideranças, autoridades, pelas pessoas em geral, que estão com as portas abertas para a gente. Agradeço a Deus pelo privilégio da vida, as pessoas do meu Estado que me deram oportunidade na esfera pública.