Mariana Rocha (*) –
Infelizmente, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública deste ano trouxe Mato Grosso do Sul como o estado que registrou a maior taxa nos casos estupro de vulnerável em 2020 e 2021.[1] Neste mês da criança é preciso fazer um alerta muito importante para toda a população de Mato Grosso do Sul.
Precisamos reverter o estágio de fracasso para indicadores de desenvolvimento social e proteção infantil, ou seja, proteger as crianças, principalmente as mais vulneráveis e que na maioria dos casos é violentada dentro de sua própria casa. O fracasso da proteção infantil no MS é anunciado pela mídia todos os dias, em casos desprezíveis de violência sexual infantil, confirmados nos dados e evidências.
![O fracasso da proteção das crianças no Mato Grosso do Sul O fracasso da proteção das crianças no Mato Grosso do Sul](https://www.folhadedourados.com.br/wp-content/uploads/2022/10/xx-5-1024x576.jpg)
Enquanto as pautas políticas eleitorais arrastam a atenção das pessoas, o fracasso da proteção infantil no Mato Grosso do Sul não ganha o destaque devido, a discussão certamente tem ocorrido dentro dos municípios, mas os dados não servem apenas para serem observados, servem principalmente para mensurar a urgência da resposta e para convocar a população a dar uma resposta conjunta.
Nos últimos oito anos não houve prioridade, nem mesmo a atenção devida para desenvolver a resposta urgente e necessária, de 1º de janeiro até 15 de setembro deste ano, 594 crianças foram vítimas de estupro de vulnerável em Mato Grosso do Sul. Um fracasso civilizatório.
Também sofreram esse tipo de violência 435 adolescentes, jovens, vítimas de toda a violência social no estado. A infância, a juventude e o nosso futuro precisam contar com a maior atenção da sociedade civil, das organizações e principalmente do governo do estado de Mato Grosso do Sul. Vamos proteger nossas crianças, agora!
[1] A taxa é referente ao número a cada 100 mil habitantes
(*) Bacharel em Direito pela UFRJ, possui especialização em Política Indigenista pela PUC-Rio. Articuladora Social, Consultora de Conteúdo e estratégias de execução de projetos. Membro do Time Nacional do IYD Brasil e da Plataforma Awure Educa do MPT, OIT e Unicef. Foi gestora pública na cidade de Dourados entre 2021/2022. É repórter na Folha de Dourados e escreve para jornais em todo o país desde 2017.