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Crédito: SCMB
Rio de Janeiro (RJ) – Os 15 Colégios do Sistema Colégio Militar do Brasil realizaram a Semana da Inclusão, entre os dias 27 e 31 de março, com foco na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, com ciclos de atividades para sensibilizar e conscientizar a comunidade escolar sobre essa modalidade educacional. As experiências de alunos e professores durante o evento reforçaram a importância da inclusão.
“Tem pessoas que não se importam com as dificuldades do outro. O que vimos aqui nessa semana foi a importância de nos ajudarmos”, destacou o aluno Rafael Stefano, do 6° ano do Colégio Militar de São Paulo. Rafael e outros alunos participaram de atividades como correr de olhos vendados, tocar um instrumento musical com os olhos vendados e pintura com a boca, sem o uso das mãos.
A professora de Arte Caroline Alencar comentou sobre a importância de disciplina durante o evento. “Por meio da matéria de arte, os alunos do Colégio Militar de São Paulo experimentaram a superação de suas próprias características, tocando flauta doce com os olhos vendados, em busca da compreensão e empatia pela técnica musical dos músicos com deficiência visual”.
A Semana da Inclusão é uma atividade prevista no Calendário Escolar dos Colégios Militares e tem como principais objetivos proporcionar aos integrantes de cada Colégio oportunidades de reflexão e vivências acerca de temas conectados à Educação Especial.
Durante o evento, são realizadas palestras e atividades físicas e sensoriais para os alunos, workshops para professores e agentes de ensino, sempre com a intenção de disseminar os valores e as práticas de acolher indistintamente a todas as pessoas, respeitando suas peculiaridades e promovendo sua autoestima e aceitação social.
A professora de Ciências Naturais Tatiane, do Colégio Militar de Juiz de Fora, falou sobre o aprendizado das atividades propostas na Semana da Inclusão: “Todos aprendemos e crescemos com a inclusão, sendo fundamental como direito e oportunidade de desenvolvimento e conhecimento para todos os envolvidos”.
As atividades são coordenadas pelas Seções Psicopedagógicas e Seções de Atendimento Educacional Especializado de cada Colégio Militar, e buscam garantir mais conhecimento sobre práticas pedagógicas voltadas ao público-alvo da educação inclusiva, composto por alunos com deficiências, com Transtorno do Espectro Autista, e também com Altas Habilidades ou Superdotação.
Durante a Semana, atletas com deficiência visitaram alguns dos colégios. Eles conversaram com os alunos sobre os desafios do esporte para pessoas com limitação física e sobre a importância da inclusão. “A palestra sobre a experiência de um atleta com deficiência mostrou várias pessoas competindo e felizes. Assim, entendemos que todos nós somos importantes e a pessoa com deficiência pode ter um grande destaque na sociedade”, ressaltou a aluna Tregnago, do 7° ano do Colégio Militar de Porto Alegre.
Uma atividade que chamou a atenção do aluno Gabriel Carvalho, do 7° ano do Colégio Militar de Porto Alegre, foi a palestra de esgrima em cadeira de rodas. “Na palestra de esgrima em cadeiras de rodas, aprendemos sobre o esporte e presenciamos uma demonstração de dois atletas. Eles enfatizaram a inclusão, o respeito e o entendimento de que são pessoas de igual valor, totalmente capazes. Conseguimos praticar uma atividade de reflexo rápido, que é a habilidade principal para o esporte de esgrima”, destacou Gabriel.
Durante todo ano letivo, são desenvolvidas atividades permanentes nos Colégios Militares que asseguram a assistência e o acompanhamento dos alunos inseridos na modalidade da educação especial, com base nos princípios fundamentais de acesso, de permanência, de participação e de aprendizagem, garantidos pelas legislações educacionais vigentes. A Semana da Inclusão é uma das atividades desse contexto.
O professor de Ciências Naturais Felipe Jardim, do Colégio Militar de Curitiba, comentou sobre alguns desses princípios. “Equidade é dar a chance para todos verem que o impossível é, sim, como diz o poeta, uma questão de opinião. Portanto, a inclusão é, sobretudo, um ato humano por natureza”.
No Colégio Militar do Recife, os alunos puderam acompanhar atividades de dominó adaptado, bingo e orientação para deficientes visuais. A professora Roberta, de Educação Física, comentou como a atividade contribuiu para o crescimento de todos.
“Essa experiência foi enriquecedora para meu crescimento profissional e humano, assim como para os alunos. Creio que trouxe o aluno mais próximo da inclusão. Quero dizer, permitiu o envolvimento, colocar-se no lugar do outro, do diferente e igual ao mesmo tempo. Diferente no modo de andar, sentir, pensar, mas igual como aluno. Cada deficiência é diferente, bem como cada indivíduo. Esse é o aprendizado, perceber o diferente e inclui-lo na escola e na prática docente”, concluiu.