Familiares e amigos do menino Samuel realizaram um protesto no início da tarde deste sábado (4), em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na avenida Coronel Ponciano em Dourados. O ato foi um pedido de justiça pela morte do garoto, de apenas 2 anos de idade, ocorrida no dia 20 e fevereiro, durante atendimento na unidade.
Usando camiseta branca com uma foto do menino e ostentando faixas pedindo justiça e qualidade no atendimento à saúde, o protesto seguiu de forma pacífica e com falas carregadas do dor e revolta de alguns familiares.
![Pais do menino Samuel, familiares e amigos protestem em frente à UPA](https://cdn.douradosnews.com.br/upload/dn_arquivo/2023/03/whatsapp-image-2023-03-04-at-153131.jpeg)
“Buscar força não é tão simples assim, devolver um filho pra Deus, principalmente por causa de uma negligência”, disse Adrielly Barbosa da Silva, mãe do garoto, afirmando que o filho foi diagnosticado com uma virose de ‘volta às aulas’ e em nenhum momento, mesmo com as complicações no quadro de saúde, houve pedido de exames para apurar o verdadeiro quadro, que se tratava de uma grave pneumonia.
“O protesto não é apenas pelo Samuel, mas para que outras mães não passem por essa dor por causa de uma negligência”, afirmou.
O Dourados News entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, onde fomos informados da determinação de uma sindicância para investigar o caso. No último dia 20, documentos e relatórios foram requisitados pela direção da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde) aos técnicos e equipes que trabalharam durante o feriado prolongado de Carnaval, quando ocorreu a morte da criança. O processo tem até 30 dias para ser concluído. A unidade é administrada pela Fundação de Saúde, que presta serviços à Prefeitura de Dourados.
A nota ainda traz o posicionamento do prefeito. “A tristeza da família, amigos e a comoção de todos pela morte de uma criança é incalculável, e é muito importante esclarecer o que ocorreu na UPA. Tudo será apurado”, reforça o prefeito Alan Guedes.
O caso
De acordo com as informações da administração municipal, a criança foi levada para a unidade dois dias seguidos. No domingo (19), chegou por volta das 10h e segundo a direção da UPA às 10h10 passou pela classificação de risco. O menino apresentava dores leves, náusea, febre e dor de cabeça. Logo depois passou pelo atendimento médico e foi liberado.
Na segunda (20), a criança deu entrada novamente às 8h30 com crise convulsiva.
Passou pela classificação de risco e foi imediatamente medicada. A direção da UPA informou que, apesar dos esforços da equipe médica, os profissionais não conseguiram estabilizar a criança, que chegou a sofrer paradas cardiorrespiratórias. Às 11h, a Central de Regulação liberou uma vaga na UTI do Hospital Universitário, porém a criança não tinha condições de ser transferida.
“Naquele momento uma transferência de unidade era ainda mais arriscado para a saúde do menino e diante dos riscos e dos protocolos médicos não foi possível fazer a remoção”, explicou Jociane de Souza Marques. Às 11h25 a criança foi a óbito.
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