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A secretária de Educação
de Dourados, Ana Paula Benitez Fernandes, terá, mais uma vez, de prestar explicações
aos vereadores. O motivo agora é a crise política entre ela e a vereadora Tania
Cristina (PP), que, na semana passada, denunciou ter sido impedida de entrar na
Escola Municipal Loide Bonfim Andrade.
Também endereçado ao
prefeito Alan Guedes (PP) e ao secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica,
Wellington Henrique Rocha de Lima, o requerimento cobrando informações foi apresentado
pelo vereador Diogo Castilho e aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal.
“Os vereadores e/ou seus assessores
possuem livre acesso às dependências das escolas e centros de educação
infantil?”;
“Qual o protocolo de atendimento
adotado pelos diretores ou coordenadores das escolas e centros de educação infantil
para recepção dos vereadores e/ou assessores nas visitas parlamentares?”;
“Por que a vereadora Tânia
Cristina foi impedida pelo diretor da E. M. Loide Bonfim de visitar as
instalações da escola, em especial a sala de robótica?”.
E por fim, o requerimento
convoca a secretária de Educação a comparecer à Câmara para responder aos
questionamentos e prestar os esclarecimentos necessários. No documento, a Câmara
lembra que é preciso fazer cumprir as prerrogativas dos vereadores nas visitas e
fiscalizações nos órgãos da administração pública visando oferecer melhor
qualidade de vida à população. A data do depoimento ainda não foi definida.
Entenda o caso
Na quarta-feira da semana
passada, Tania Cristina denunciou ter sido impedida de vistoriar sala onde
supostamente é ministrada aula de robótica na Escola Loide Bonfim, no Jardim Água
Boa. A tentativa de vistoria ocorreu logo após a secretária de Educação ter
passado ao menos 4 horas na Câmara de Vereadores prestando esclarecimentos
sobre o programa de robótica.
Segundo a parlamentar, o
objetivo da visita à Escola Loide era justamente comprovar informação
apresentada por Ana Paula. “Ficamos mais de 4 horas com a secretária de
Educação. Já tínhamos tentado convocar ela duas vezes, porque a convite ela não
iria e a base aliada do prefeito derrubou a segunda tentativa. Ficamos quatro
horas vendo prestação de contas que não tinha o que a gente queria saber, sobre
educação especial, reajuste salarial dos professores e robótica. Desses três
itens ela não disse absolutamente nada”, explicou Tania ao Dourados Informa.
A vereadora disse ter
questionado Ana Paula especificamente sobre o funcionamento da robótica na rede
municipal de ensino. No início deste mês, a Megalic Ltda., que recebeu R$ 8,7
milhões da Prefeitura de Dourados pelo fornecimento de kits de robótica e
capacitação de servidores municipais, foi alvo da Operação Hefesto, deflagrada
pela Polícia Federal para desarticular organização criminosa suspeita de
praticar crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas.
“Perguntei se já estava
funcionando e quais as escolas beneficiadas. Ela enrolou na resposta e disse
que será instalado em 24 escolas e que nove já estavam funcionando, inclusive
citou nomes da Escola Januário [Pereira de Araújo] e Loide. Saí da Câmara e fui
fiscalizar. Fui na Januário, fui muito bem atendida e me mostraram a robótica,
que era só um monte de terra feito por uma máquina que derrubou o muro da
escola. Não tem robótica onde ela disse que teria”, denunciou Tania Cristina.
A vereadora diz que o
problema ficou ainda maior na Escola Loide Bonfim Andrade, porque não foi
possível sequer ter acesso à sala onde supostamente são ministradas as aulas.
“Me apresentei na portaria
e a recepcionista me levou ao diretor Diogo. Fui só para conhecer a robótica e
pedi para ele mostrar. Ele recusou, questionou o motivo e disse que a robótica
estava passando por ajustes. Mas eu queria apenas olhar as instalações. Ele
negou, disse que teria de ser agendado. Falei do papel de fiscalizadora
amparada por lei para fazer a vistoria sem necessitar de agendamento, como já
fui em várias unidades de saúde. Mas a diretora-adjunta veio alterada dizendo
que eu estava causando transtorno. Disseram que eu alterei voz e isso não
aconteceu”, relata.
Em nota enviada pela
assessoria de imprensa, a prefeitura afirmou que Tania Cristina “esqueceu a
ética e o respeito” e “apresentou comportamento destemperado e agressivo”.