O nome de Sérgio de Paula, secretário-executivo do
Escritório de Relações Institucionais e Políticas de Mato Grosso do Sul no
Distrito Federal, homem forte do PSDB em Mato Grosso do Sul e braço direito do
ex-governador Reinaldo Azambuja aparece nas anotações de cadernos apreendidos na
terceira fase da Operação Tromper, no dia 3 de abril.
A operação do Ministério Público investiga esquema de
corrupção envolvendo a Prefeitura de Sidrolândia e até o vereador de Campo
Grande Claudinho Serra (PSDB), que está preso há 20 dias.
A investigação prendeu políticos, empresários e
servidores públicos. Farto material foi apreendido durante os mandados de busca
e apreensão, entre eles as anotações implicando Sérgio de Paula. Claudinho
Serra é apontado pelos promotores de Justiça como chefe da organização.
De acordo com o jornal Midiamax, Claudinho Serra foi
chefe de gabinete de Sérgio de Paula na Casa Civil do Governo de Reinaldo
Azambuja. No entanto, até agora, Sérgio de Paula não está entre os investigados
no âmbito da Operação Tromper.
Genro da prefeita de Sidrolândia Vanda Camilo (PP),
Claudinho Serra faz questão de destacar em suas contas na internet os vínculos
que mantém com a cúpula tucana. “Foi coordenador de articulação política do
Governo em Campo Grande por dois anos e chefe de gabinete do secretário de
Especial de Gestão Política, Sérgio de Paula”, registra o website do político.
Nas eleições de 2020, Claudinho não conseguiu se eleger,
mas ‘ganhou’ uma vaga de vereador após o eleito, Ademir Santana (PSDB), renunciar
para ser coordenador de campanha do pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Campo
Grande, Beto Pereira (PSDB).
Nomes e valores
Conforme o Midiamax, O nome de Sérgio de Paula aparece em
um dos cadernos apreendidos na empreiteira AR Pavimentação e Sinalização Ltda.
(CNPJ 28.660.716/0001-34), do empresário Edmilson Rosa, também réu na ação.
Citada nas investigações, a empresa teria participado de
licitações fraudadas pelo grupo investigado. O nome ‘Claudinho’ também está na
página de um dos cadernos, mas não fica claro se trata-se do vereador. Na
frente do nome aparece o valor ‘500.000,00′.
Já o nome de Sérgio aparece em uma página que trata de
documentos para obras em Aquidauana e Sidrolândia, além de valores. O Midiamax
tentou contato com o secretário para saber que tipo de vínculos ele teria com
os investigados e porque acha que seu nome está no material apreendido.
Em resposta, a defesa de Sérgio de Paula encaminhou uma
nota em que nega os fatos mencionados, mas que se coloca à disposição das
autoridades para esclarecimentos.
Leia abaixo a nota assinada pelo advogado João Arnar
Ribeiro:
“Tendo em vista a
citação do nosso cliente Sérgio de Paula em matéria veiculada pela imprensa,
temos os seguintes esclarecimentos:
a) Em razão desse
fato, estamos tomando conhecimento dos autos do processo para definição de ação
visando preservar os seus direitos;
b) Informamos que o
nosso cliente desconhece tais fatos e nem tão pouco está sendo investigado;
c) Desde já se
coloca à disposição dos órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos, que
se fizerem necessários”.