Amigos e familiares do pequeno Samuel, que morreu aos 2 anos durante atendimento no local, queixam-se de negligência e caso é alvo de sindicância
Amigos e familiares do
pequeno Samuel, que morreu com apenas 2 anos de idade durante atendimento agora
alvo de sindicância na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 Horas, promoveram
uma manifestação de protesto e cobrança de justiça na tarde de sábado (4).
Os manifestantes soltaram
balões, fizeram oração e cobraram das autoridades públicas o dever de garantir
acesso à saúde de qualidade para população, sobretudo crianças que são
atendidas e liberadas sem diagnóstico, conforme relatado por uma das participantes.
“Queremos justiça para as
famílias que foram destruídas por negligências na saúde de Dourados”, constava
em uma das faixas expostas na frente da UPA. “Justiça pelo Samuel”, pontuava
outra.
Ao Dourados Informa, Michelle
Perinazzo, tia do pequeno Samuel, explicou que a família ainda luta contra a burocracia
para ter acesso ao laudo sobre a morte do menino.
“Não teve a falta de atendimento.
O atendimento foi feito, porém eles não fizeram exame no domingo, deram um
diagnóstico errado, disseram que meu sobrinho estava com uma virose devido ao retorno
das aulas na quinta-feira. Disseram que ele não tinha nenhum problema
respiratório, nem gripe e nenhuma bactéria. Mandaram para casa para tomar
remédio de dor no corpo. Não passaram nem soro. Na segunda-feira ele teve
convulsão, foi atendido e veio a óbito. Por que não foi feito exame no domingo?
Acho que assim ele teria chance de lutar pela vida”, desabafou.
Revelou ainda que o prefeito
visitou os pais da vítima, mas ainda não esclareceu o caso.
A morte dessa criança ocorreu
no dia 20 de fevereiro, quando o prefeito Alan Guedes (PP) estava em Corumbá para
folia de Carnaval. Somente na quinta-feira-feira (23), de volta à cidade e
diante de protestos que tomaram conta das redes sociais, ele divulgou nota para
lamentar o ocorrido e informar que determinou investigação do caso.
Na publicação, a
prefeitura indica que o mandatário “determinou a abertura de uma sindicância
para investigar os procedimentos” e detalhou que “o processo tem até 30 dias
para ser concluído, mas o prefeito pediu urgência na investigação”.
De acordo com a
administração municipal, o pequeno Samuel foi levado à UPA 24 Horas dois dias
seguidos.
“No domingo (19), Samuel foi levado pela família por volta das 10
horas e segundo a direção da UPA às 10h10 passou pela classificação de risco. O
menino apresentava dores leves, náusea, febre e dor de cabeça. Logo depois
passou pelo atendimento médico e foi liberado. Na segunda (20), a criança deu
entrada novamente às 8h30 com crise convulsiva. Passou pela classificação de
risco e foi imediatamente medicada. A direção da UPA informou que, apesar dos
esforços da equipe médica, os profissionais não conseguiram estabilizar a
criança, que chegou a sofrer paradas cardiorrespiratórias. Às 11h, a Central de
Regulação liberou uma vaga na UTI do Hospital Universitário, porém a criança
não tinha condições de ser transferida”, detalhou.
Já a diretora técnica da
Funsaud, Jociane de Souza Marques, acrescentou que “naquele momento uma
transferência de unidade era ainda mais arriscado para a saúde do menino e
diante dos riscos e dos protocolos médicos não foi possível fazer a remoção
(sic)”. “Apesar do acompanhamento de toda equipe, às 11h25 a criança foi a
óbito”, prossegue a publicação oficial.
*Matéria editada às 11h29 para acréscimo de informações.