Com produção iniciada em 1995, o filme Chatô – O Rei do Brasil, comandado por Guilherme Fontes, só foi lançado nos cinemas brasileiros em 2015.

Chatô – O Rei do Brasil, dirigido por Guilherme Fontes, foi lançado nos cinemas brasileiros em 2015, 20 anos depois que ele começou a ser produzido, em 1995.

Em Chatô – O Rei do Brasil, o magnata das comunicações Assis Chateaubriand (Marco Ricca) é a estrela principal de um programa de TV chamado “O Julgamento do Século”, realizado bem no dia de sua morte. É nele que Chatô relembra fatos marcantes de sua vida, como os casamentos com Maria Eudóxia (Letícia Sabatella) e Lola (Leandra Leal), a paixão não-correspondida por Vivi Sampaio (Andréa Beltrão), como manipulava as notícias nos veículos de comunicação que comandava e a estreita e conturbada ligação com Getúlio Vargas (Paulo Betti), que teve início ainda antes dele se tornar presidente.

Por que Chatô – O Rei do Brasil demorou 20 anos para ser lançado?

Chatô – O Rei do Brasil demorou nada menos que 20 anos para ser lançado nos cinemas, especialmente por problemas nos bastidores, envolvendo processos e condenações para o diretor Guilherme Fontes com suspeitas de mau uso do dinheiro público na produção.

Entre 1995 e 1999, Fontes conseguiu autorização do Ministério da Cultura e captou R$ 8,6 milhões através da lei Rouanet e da lei do Audiovisual para realizar Chatô – O Rei do Brasil. Inicialmente, o filme estava previsto para ser lançado em 1997, mas a produção passou por uma série de atrasos e adiamentos e o filme seria finalmente concluído apenas em 2015.

Por conta dos adiamentos nos anos 90 e sem a finalização do filme durante o período estipulado, a Ancine abriu um processo contra Guilherme Fontes por causa de má utilização do dinheiro público na produção de Chatô, com suspeita de que o diretor estivesse desviando a verba disponibilizada pelo Ministério da Cultura. Ele mesmo explicaria mais tarde que todo esse período de 20 anos de desenvolvimento ocorreu por falta de verba necessária. Como Fontes disse ao Correio Braziliense, 80% do orçamento do filme ele captou nos primeiros três anos, mas os 20% restantes demoraram 15 anos.

Guilherme Fontes foi condenado a três anos, um mês e seis dias por sonegação fiscal. Sua pena foi convertida em sete horas semanais de trabalho comunitário e pagamento de cestas básicas. Em 2014, ele foi condenado a pagar R$ 71 milhões aos cofres do Fundo Nacional da Cultura. O valor é a soma do valor conseguido pelo diretor com juros e correção monetária, resultando em R$ 66,2 milhões, mais uma multa de R$ 5 milhões.

Chatô – O Rei do Brasil está disponível na Netflix e Globoplay.