O povo continua como vítima da infecção que a elite econômica nos trouxe a partir de suas viagens/negócios internacionais, com a agravante de que, na elite, a crise parece ter passado, sobrando a grande mortalidade para a maioria composta pelos vulneráveis
“Amazônia bate novo recorde nos alertas de desmatamento em junho; sinais de devastação atingem mais de 3000 km² no semestre, aumento de 25%.”
“Mortalidade infantil e volta a crescer no Brasil após 13 anos.”
“Com 2,5 milhões de casos, Brasil passa dos 90 mil óbitos.”
Esses são dados do que um amigo meu chama de “necrocracia.”
Ao trazer à tona esses dados, ele faz questão de dizer que o governo federal está cumprindo seu programa, que ele intitula de “necrocracia”: a morte para perpetuar-se no poder; e, continua ele, nisso, os resultados são inegáveis.
E o pior, a meu ver, é o aparente descaso com tudo isso.
Dá a impressão de que o nosso povo se conformou com destino que lhe parece inexorável.
O Estado e suas instituições, simplesmente, assistem impassíveis ao avanço da morte, e fazem ouvidos de mercador à grita dos profissionais de saúde, que continuam a morrer num índice superior à média mundial.
O povo, por sua vez, continua como vítima da infecção que a elite econômica nos trouxe a partir de suas viagens/negócios internacionais, com a agravante de que, na elite, a crise parece ter passado, sobrando a grande mortalidade para a maioria composta pelos vulneráveis. O que, inclusive, corrobora com o projeto de higienização desde há muito levado a efeito pela chamada elite brasileira.
O apóstolo Paulo dizia que na nossa luta pela justiça, muitas vezes éramos conduzidos como ovelhas ao matadouro.
Ao olhar para o povo brasileiro, essa imagem salta ao coração, contudo, a impressão que se tem, é a de que o povo brasileiro está sendo conduzido ao matadouro, não como consequência da sua luta pela justiça, mas como consequência de não estar lutando por mais nada.
Fonte: RBA