Em Guia Lopes da Laguna cidade distante, 227 quilômetros de Campo Grande, casal de 47 e 58 anos, foram presos na tarde desta sexta-feira (18), após vender carne imprópria para o consumo. 

De acordo com o boletim de ocorrência, a polícia da cidade recebeu uma denúncia anônima de quem o proprietário de uma mercearia no Bairro Planalto estava de forma clandestina em sua chácara abatendo animais e logo após comercializava com sua esposa. Ao chegar no local, as equipes policiais, assim como os órgãos sanitários,constataram grande quantidade de produtos cárneos (bovino e suíno) muito congelados em precárias condições de armazenamento, carne bovina fresca, claramente de origem de “abate clandestino”, sendo localizados várias patas de animais abatidos com couro e casco, bucho sujo das fezes. 

Ao serem questionados, o homem assumiu aos policiais que as carnes eram de abate clandestino, que realizava em sua propriedade rural. Em diligências a chácara onde ocorriam os abates, foi constatado dois locais distintos, o primeiro era realizado o abate de suínos e o derretimento de banha para comercialização, no segundo local, mais distante, era realizado o abate de bovinos, com uma estrutura composta de iluminação para abate noturno e talha com varão para içar a carcaça bovina.

 Segundo o médico veterinário da IAGRO que acompanhou a diligência na propriedade rural, o funcionário do local, que possivelmente ajuda no abate e desossa da carcaça animal, apresenta sintomas de ser portador de “Hanseníase”. No local foram apreendidos a talha com corrente e o varão utilizados para içar a carcaça animal. Segundo apurado, os couros dos animais abatidos foram doados para um homem que faz o aproveitamento dos couros para confecção de redes artesanais. 

No estabelecimento comercial, foram apreendidos, 707,699 kg de carne bovina de origem de abate clandestino; 4,114 kg de tripa; 15,035 kg de coração bovino de origem de abate clandestino; 1,0 kg de linguiça de frango vencido; 118,064 kg de carne suína de origem de abate clandestino; 10 litros de leite caipira, sem inspeção; 06 litros de banha de origem clandestina, sem inspeção; 5,890 kg de peixe sem registro de inspeção; 9,950 kg de frango e 14,135 kg de linguiça -totalizando: 873,881 kg de produtos. Todos produtos cárneos apreendidos foram inutilizados e destruídos. No local, a fiscalização constatou que o açougue não tem autorização legal dos órgãos de controle e proteção do consumidor e estava com o alvará de funcionamento vencido.