![](https://douradosinforma.com.br/media/editorjs/baixados_1699983586,7744.png)
Segundo o presidente da
Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o povo pantaneiro (foi assim que
ele chamou o sul-mato-grossense) aprendeu a navegar na WEB – observação com a
qual o Dourados Informa concorda plenamente. Graças a isso, o cidadão
consegue acompanhar a velocidade com que as coisas acontecem ao nosso redor, só
não sabemos se distingue como esses acontecimentos influenciam no custo de vida
de todos.
Graças a esse
acompanhamento em tempo real, somado à percepção de que as coisas só vão
melhorar para a população em geral – no que depender do poder público – se houver
bastante cobrança do eleitor a seu deputado e também à instituição ALMS.
Basta uma breve retrospectiva
e uma passada rápida pelas atividades da ALMS e seus deputados, que são os
representantes do povo, para vermos que, se para o Parlamento foi importante MS
se tornar “celeiro de oportunidades” – como disse o presidente recentemente – para
o povo, que deveria ser bem representado, o “presente” foi outro bem diferente.
Foi aumento de impostos, como
o Fundersul – chamado pelo presidente da ALMS de “equilíbrio financeiro”, mas que
nunca é com contenção de despesa e sim esfolando o cidadão.
Aumento esse que ampliou o
poder de fogo do Estado frente aos prefeitos, com a concentração dos recursos
no caixa estadual, aumentando o poder de barganha dos agentes públicos que
gerem esses recursos frente aos outros entes públicos do Estado (deputados, prefeitos
e vereadores) para que apoiem o seu projeto de poder. Projeto, que diga-se de
passagem, raramente beneficia o povo e com muita frequência atende aos desejos
pessoais ou de grupos reduzidos dos políticos que detêm o poder. Simples assim.
Se percebe também na
Assembleia Legislativa uma passividade enorme frente a problemas estruturais
que assolam o estado e consequentemente o seu povo, senão vejamos:
— a concessão da BR-163 à
CCR, que cobra um pedágio caríssimo e não oferece a contrapartida mínima exigida
em contrato, e ninguém toma nenhuma atitude séria para rever isso, a não ser
pirotecnia para faturar politicamente.
— a questão das ferrovias,
que é problema federal, mas que não vemos um movimento dos políticos do Estado
no sentido de viabilizar a implantação de novas linhas e nem de restauração das
já existentes. Fazendo aqui justiça com o deputado Pedro Pedrossian Neto, que
tem lutado sozinho nessa questão.
Se formos seguir nessa
linha, teríamos um texto ainda mais longo. Os problemas são enormes e as ações
necessárias para resolver são pífias. Portanto, fiquemos só nos exemplos
citados, mas poderíamos discorrer sobre vários outros.
É preciso resolver problemas
estruturais relativos a obras e infraestrutura para deixar o Estado mais
competitivo e, assim gerar mais renda, aumentando a atividade econômica e com
isso resolver os seus problemas de caixa, para deixar de meter a mão no bolso
do povo cada vez que aperta o calo.
O Estado precisa deixar de
ser perdulário e ajustar suas contas, mas não às custas do cidadão que está
penando para conseguir sobreviver. Partimos agora para problemas na seara
política que também dizem respeito à ALMS:
Analisemos quem, por
exemplo, aprova ou não as indicações para o TCE-MS.
A ALMS falha também nesse
quesito. Basta ver o que está ocorrendo na corte fiscal com três conselheiros
afastados por suspeita de corrupção. A ALMS analisa e aprova nomes por
compadrio político em que todos os atores envolvidos levam vantagens pessoais e
para o seu grupo. Só quem não ganha nada é o povo.
Se voltarmos nossos olhos
para a estrutura cara e pesada, que pouco produz perante o que gasta, aí
veremos desperdício puro e simples do dinheiro público.
Para não alongar muito, sem
adentrar em questões salariais, aposentadorias questionadas tanto de servidores
como de deputados, fiquemos somente na chamada verba indenizatória. Somando o
que se gastou durante os 10 primeiros meses de 2023 para ressarcir os 24
deputados de despesas “para manutenção do mandato e divulgação das atividades
parlamentares”, que muitas vezes serve na verdade como promoção pessoal e
complemento de salário debaixo dos olhos do TCE e do TJ, chegamos ao astronômico
valor de R$ 9.391.026,40 (9 milhões, 391 mil, vinte e seis reais e 40
centavos). Esse montante é até segunda-feira (13), pois hoje certamente já está maior.
Notem os leitores que aqui
não vai nenhuma intenção de criticar ou expor deputado A ou B, é uma simples
constatação se tornando pública para que o cidadão saiba onde está sendo
investido o dinheiro do seu imposto, que cada dia é mais caro.
Não sabemos o quanto
decisiva é a ALMS, mas sabemos que ela é cara, pesada, arcaica, de pouca transparência
e de um compadrio com os outros poderes sem precedentes. E isso é nocivo para a
democracia tão falada e cantada em verso e prosa.
Vale uma ressalva: essas
situações e esses fatos não começaram nesse mandato, vêm de muito tempo. Portanto,
presidente Gerson Claro, o senhor tem a oportunidade de fazer diferente. Um ano
já se passou e o que vemos até agora é o mais do mesmo.
Esperemos que o MS se torne um “celeiro” de
novas e boas lideranças políticas, que pensem no seu povo e não na sua casa e
no seu grupo, que façam valer cada voto do eleitor que acreditou em cada um, que
olhem o estado e as cidades como um lugar onde estão sendo criados seus filhos
e netos. É preciso trabalhar pelo coletivo para deixar um lugar melhor para
todos.