Cassems inaugurou importante hospital para a região de Dourados, mas “exageros” na comemoração saltam aos olhos
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Baladinha com música, comida e muita bebida alcoólica,
brindada por show pirotécnico comparado a grandes eventos festivos promovidos
na cidade. Foi assim a inauguração do “novo” Hospital da Cassems em Dourados,
na noite de quinta-feira (23).
Ninguém nega a importância da nova estrutura hospitalar
para atendimento aos filiados à Caixa de Assistência dos Servidores de Mato
Grosso do Sul, a sócios de planos de saúde e também à população em geral através
do SUS (Sistema Único de Saúde), em convênio com o município.
Entretanto, dois dias após a inauguração, muitos
moradores ainda criticam o “exagero” adotado pela diretoria da Cassems para
marcar a inauguração. “Parecia uma festa em pleno ambiente hospitalar, parecia
uma balada, a ‘baladinha do Ayache’”, afirmou douradense, em referência ao presidente
da Cassems, Ricardo Ayache.
Moradores dos arredores do hospital, localizado no
cruzamento da Rua Oliveira Marques com Rua dos Missionários e Ediberto
Celestino de Oliveira, ficaram descontentes com o evento.
Segundo eles, a Cassems bloqueou por vários dias a Rua
dos Missionários entre Ciro Melo e Oliveira Marques, instalou tendas e outros equipamentos
nas calçadas e no acesso de garagens. “Tivemos dificuldade para entrar em casa.
Para que tudo aquilo?”, questiona morador vizinho.
Se não bastasse a dor de cabeça que o evento
provocou aos moradores vizinhos, pessoas que estiveram na inauguração não poupam
críticas aos excessos – de gastos e de holofotes.
“Serviram alimentos, tinha bebida alcoólica, em
pleno ambiente hospitalar, onde pessoas doentes estão internadas. Fizeram um tour
por dentro das instalações, tumultuando um local que deveria primar pelo
silêncio, pela tranquilidade e pelo conforto dos pacientes. E ao final do
evento, soltaram fogos de artifícios, a fumaça cobriu todo o prédio do hospital
e boa parte do bairro”, afirmou morador ouvido pelo Dourados
Informa.
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Cassems em crise
A luxuosa festa de inauguração em Dourados contrasta
com o momento de crise financeira enfrentado pela Cassems. A política de
investir na construção de grandes hospitais nas principais cidades de Mato
Grosso do Sul impactou nas contas da Caixa de Assistência e a conta chegou.
Em agosto deste ano, a Cassems teve que recorrer ao
Governo de Mato Grosso do Sul, pedindo socorro de R$ 60 milhões. Caso
contrário, o atendimento a 215 mil usuários poderia entrar em colapso.
Sob a alegação de que o Estado deveria ajudar “em reconhecimento
ao trabalho da Caixa de Assistência no período da pandemia de covid-19”, o
Governo Eduardo Riedel mandou projeto de lei à Assembleia Legislativa pedindo autorização
para injetar dinheiro na Cassems. Como acontece com todos os projetos do Executivo
estadual, a proposta foi aprovada por 18 votos. O aporte financeiro milionário será
repassado em 2023 e 2024. Só o novo hospital de Dourados custou quase R$ 80 milhões.