O Ibovespa seguiu o padrão das quatro sessões anteriores, desde a virada do mês, em que tem alternado perdas e ganhos a cada dia. Hoje, o índice fechou em leve alta de 0,31%, aos 126 009,57 pontos, recuperando fração da queda de 1,01% registrada ontem. Nesta quinta-feira, oscilou em margem estreita, de cerca de mil pontos, entre a mínima (125.565,53) e a máxima (126 581,04) da sessão, em que saiu de abertura aos 125.622,65. O giro foi de R$ 20,6 bilhões nesta quinta-feira. Na semana, o Ibovespa ainda cede 1,70% e, neste começo de dezembro, recua 1,04%. No ano, sobe 14,83%.
A cautela na sessão decorreu em parte da expectativa para a divulgação, amanhã, dos dados econômicos mais aguardados na agenda global, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em novembro, com a geração líquida de vagas, a taxa de desemprego e o ganho salarial médio. É um conjunto de informações importantes para a orientação da política monetária do Federal Reserve, que volta a se reunir na próxima semana para deliberar sobre a taxa de juros de referência, assim como o Copom sobre a Selic, no Brasil, na terça (12) e quarta-feira (13).
“Os principais índices de ações em Nova York operaram em alta, com os pedidos semanais de seguro-desemprego contribuindo ainda para a sinalização de um quadro de mercado de trabalho menos apertado, em linha com os dados de emprego no setor privado medidos pela ADP, divulgados ontem”, aponta Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos. No fechamento da sessão em Nova York, Dow Jones mostrava alta de 0,17%; S&P 500, de 0,80%, e Nasdaq, de 1,37%.
Nesta véspera de payroll, o desempenho do setor metálico foi acanhado, na B3, apesar do avanço de quase 4% para o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian (China): Vale ON subiu 0,32% e as siderúrgicas não conseguiram se alinhar em sentido positivo, com CSN ON mostrando perda de 0,93% no fechamento.
“Tem havido pressão compradora no minério em meio à expectativa de retomada de atividade na China, com o país tendo apresentado crescimento das exportações pela primeira vez em seis meses”, diz Stefany Oliveira, head de análise de trade da Toro Investimentos. Ela se refere à expansão de 0,5% nas vendas ao exterior em novembro, ante previsão de que haveria estabilidade na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em outubro, tinha havido queda de 6,4% nas exportações do país asiático.
Os dados sobre o comércio exterior chinês foram divulgados na madrugada desta quinta-feira. Considerando exportações e importações, a segunda maior economia do mundo teve superávit comercial de US$ 68,39 bilhões no mês passado, ante consenso de que haveria saldo de US$ 47 bilhões em novembro. “Um aumento inesperado das exportações e uma redução das importações no período levaram a uma surpresa positiva no saldo do mês”, aponta a Guide Investimentos.
Por outro lado, a volatilidade nos preços do petróleo, que oscilaram do positivo ao negativo à tarde, em Londres e Nova York, contribuiu para que as ações de Petrobras moderassem o grau de recuperação observado em suas ações mais cedo nesta quinta-feira, e fechassem sem direção única (ON +0,31%, PN -0,24%), ante a sexta sessão consecutiva de retração para as cotações da commodity.
Para a consultoria Capital Economics, a balança comercial da China mostra que os estoques de petróleo seguem bem abastecidos no país – que, por isso, deve continuar importando a commodity em volume menor do que a média recente, nos próximos meses. Como as importações do insumo atingiram níveis históricos este ano, em alta de 12% no acumulado de 2023, queda de ritmo é esperada.
Na B3, as ações de grandes bancos, por sua vez, firmaram-se em alta no meio da tarde, e apesar de oscilação pontual em direção ao fim do dia, ainda mostravam variação entre +0,25% (Bradesco PN) e +1,62% (BB ON) no fechamento, o que ajudou o Ibovespa a retomar a marca de 126 mil pontos que havia sido cedida no encerramento anterior. Na ponta ganhadora do dia, Soma (+5,68%), Eztec (+5,44%) e Yduqs (+4,75%), com Engie (-2,69%), Hypera (-2,40%) e Cielo (-2,05%) na fila oposta.