Apesar de Transformers ser a galinha dos ovos de ouro bilionária de seu fabricante, Hasbro, ao lado disso, há fracassos industriais de grande escala.

É pouco dizer que as últimas décadas mudaram profundamente a fisionomia da exibição de filmes nas salas. Quanto tempo um filme permanece em cartaz no cinema? A questão é complexa. Porque a resposta depende de vários fatores. Em geral, um filme fica em cartaz por 4 a 6 semanas (embora isso tenha se tornado cada vez menos verdadeiro na prática), mas essa duração pode se estender até 3 meses para os blockbusters populares.

Um triunfo absoluto nos cinemas obviamente tenderá a permanecer por muito tempo em cartaz, especialmente se tiver um desempenho muito bom nas bilheterias, provavelmente será exibido em ainda mais salas e, portanto, com um número maior de cópias do que no início.

Isso também está ligado às decisões dos exibidores, que gerenciam a programação de seus cinemas, mas também às restrições das janelas de exibição impostas pela cronologia das mídias. Em resumo, um verdadeiro quebra-cabeça.

Nos Estados Unidos, a lógica tornou-se absolutamente implacável; os estúdios não têm mais nenhum escrúpulo. Como o destino do filme Clube dos Vandalos de Jeff Nichols, lançado em junho nos Estados Unidos. Considerando seu início muito lento, seu distribuidor local decidiu disponibilizá-lo em plataforma de streaming apenas dez dias após seu lançamento nos cinemas.

O exemplo mais recente é ainda mais fresco: Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo. Já considerado um dos maiores fracassos do ano nas bilheterias, seu distribuidor Lionsgate decidiu lançá-lo em streaming já no final de agosto nos Estados Unidos…

Hologramas que cegam

A Hasbro não é uma empresa qualquer. Com um faturamento de mais de 5,86 bilhões de dólares em 2022, este gigante é conhecido principalmente por seus brinquedos das marcas Playskool, My Little Pony, G.I Joe, os robôs Transformers, bem como por seus famosos jogos de tabuleiro (Monopoly, Scrabble, Cluedo, Batalha Naval…). A adaptação cinematográfica de sua linha de brinquedos Transformers tornou-se, aliás, uma galinha dos ovos de ouro bilionária para o fabricante.


Blumhouse Productions

Em 2009, a divisão Hasbro Studios foi criada. Seu objetivo? Capitalizar as licenças da casa na TV, em séries e filmes animados lançados diretamente em vídeo. A empresa também estabeleceu a Hasbro Films, que negocia diretamente com as grandes produtoras para as adaptações de suas franquias para o cinema em filmes live-action, que agora coproduz através da subsidiária Allspark Pictures.

Foi assim que o projeto de adaptar Jem e as Hologramas foi montado. Originalmente, Jem e as Hologramas era uma série de animação, exibida na televisão de 1985 a 1988 e criada com o objetivo de promover novas bonecas. O filme de Jon M. Chu é, portanto, uma adaptação do programa; o diretor, no entanto, decidiu fazer uma prequela em live-action, optando também por uma abordagem mais “realista” e mais distante da série original (entenda-se: contemporânea).

Lançado em outubro de 2015 nos Estados Unidos, Jem e as Hologramas foi um desastre de proporções bíblicas. Lançado no país do Tio Sam em 2417 telas, arrecadou apenas 2,18 milhões de dólares no território. Internacionalmente? É ainda pior: nem mesmo 150 mil dólares.


Blumhouse Productions

Teve a pior estreia de 2015 para um filme de estúdio, e é uma das piores estreias de todos os tempos nas bilheterias para um filme exibido em mais de 2000 telas. Um resultado tão catastrófico que seu distribuidor, Universal, preferiu acabar com seu suplício retirando-o dos cinemas após apenas 15 dias.

“As redes de cinema são contratualmente obrigadas a manter um filme por duas semanas após sua reserva. No entanto, durante toda a minha carreira como analista, nunca vi um estúdio parar de produzir relatórios após duas semanas. Isso é sem precedentes e mostra o quanto este filme fracassou”, comentou um especialista ao microfone do site especializado Business Insider.

Consolo modesto: com um orçamento de 5 milhões de dólares combinado com um orçamento promocional igualmente modesto, a Universal felizmente não afundou suas contas…

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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