Com 204 deputados, siglas somam-se ao PP, Republicanos e Podemos, que endossaram o candidato à presidência da Câmara após anúncio de Lira

O PL, PT e o MDB declararam nesta 4ª feira (30.out.2024) apoio ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pela presidência da Câmara. Juntas, as siglas somam 204 deputados. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, disse esperar mais anúncios na 5ª feira (31.out).

Na 3ª feira (29.out.2024), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), formalizou o deputado como seu candidato. Desde então, Republicanos, PP e Podemos endossaram o favorito de Lira. 

Em teoria, Motta reúne apoio de uma bancada de 312 deputados no momento –como o voto é secreto e individual, o apoio das bancadas partidárias não asseguram adesão automática dos integrantes. Para se eleger, o candidato precisa da maioria absoluta de 257 congressistas.

As eleições para a presidência da Câmara serão realizadas em fevereiro de 2025. 

UNIÃO BRASIL QUER MOTTA

O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, tenta convencer o correligionário Elmar Nascimento (União Brasil-BA) a desistir da disputa pelo comando da Casa Baixa.

A sigla esperava a confirmação do apoio do PT a Hugo Motta para embarcar na candidatura do congressista, segundo apurou o Poder360.

Até a metade de agosto, Elmar era tido como o favorito de Lira para assumir a presidência da Câmara em 2025 e, assim, manter sua influência política.

Líder do Republicanos na Câmara, Motta ganhou força depois de Marcos Pereira desistir da candidatura para emplacar um nome com menos resistência. 

A posição de Lira causou uma tensão com Elmar, seu amigo pessoal, que, segundo apuração do Poder360, contava com o apoio do presidente da Câmara.

Em uma contraofensiva a Motta, Elmar fechou uma aliança com Antonio Brito (PSD-BA), também pré-candidato à presidência da Câmara.

QUEM É HUGO MOTTA

Motta tem 35 anos. Está no 4º mandato. Foi eleito deputado federal pela 1ª vez em 2010, com 86.150 votos. Elegeu-se aos 21 anos. 

Em abril de 2016, à época filiado ao PMDB (hoje MDB), o congressista votou a favor da instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

Já na gestão de Michel Temer (MDB), em outubro de 2016, Motta votou favoravelmente à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 de 2016, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos. 

Em abril de 2017, Motta votou “sim” ao PL (Projeto de Lei) 6.787 de 2016, que estabeleceu a Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017, votou contra a autorização para o STF (Supremo Tribunal Federal) abrir processo criminal contra o então presidente Temer por crime de corrupção passiva.