Produtos artesanais feitos de matérias-primas do cerrado e guavira

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e entidades ligadas ao meio ambiente, empreendedorismo, ensino, e fomento à pesquisa para geração de renda a partir dos elementos presentes na biodiversidade do cerrado realizam o VII Seminário Estadual da Guavira. Mais de 700 pessoas estavam hoje na abertura do evento, que aconteceu no auditório da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). No momento em que era realizado o I Painel de palestras da programação matutina, já haviam 652 inscritos no evento. A programação, que conta hoje com a realização da Feira Pé di Guavira, continua no período vespertino e amanhã (1°) na Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), especificamente no Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer). 

O deputado Renato Câmara (MDB), vice-presidente da ALEMS, presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e autor da Lei 5.082/2017, que declarou a guavira como fruto símbolo de Mato Grosso do Sul, falou sobre a importância de debater o assunto. “A Assembleia Legislativa tem esse viés de participar em várias ações de nossa sociedade e participar de debates que precisam ser avançados. Para a gente dar o protagonismo nesse tema, criamos uma uma lei que tornou a guavira fruto-símbolo de Mato Grosso do Sul. De lá para cá, muitos pesquisadores perceberam esse tema como transformador também do Meio Ambiente. É a biodiversidade e tantos outros assuntos que são debatidos na Casa de Leis por resultados em benefício de todos”, explicou. 


Auditório da UEMS, onde aconteceu a abertura do VII Seminário

“Biodiversidade e geração de renda: caminhos para um futuro verde” é o tema deste ano. Sobre isso, o deputado Renato Câmara reitera o principal valor da guavira.  “O seminário discute vários pontos, a guavira nada mais é que uma representação da biodiversidade de nosso Estado, um caminho a ser trilhado, pois nós somos mais de 60 mil produtores familiares, tratamos a guavira com o fruto-símbolo, mas ela vem trazendo um caminho para outras plantas, como o cumaru, a guariroba e tantas outras. Essa discussão é foco no seminário e tem melhorado, com a participação das universidades e trabalhos na Cepaer. Esse é um seminário que tem trazido luz a um tema atual, a uma agenda ecológica que precisa ser trilhada”, considerou o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALEMS. 


Rodrigo Heeman detalhou suas pesquisas

O primeiro painel trouxe duas palestras, o farmacêutico industrial Rodrigo Heeman detalhou o Projeto Gabiroba, realizado em Irati, no Paraná (PR). “Eu e minha esposa trabalhamos com extratos vegetais para cosméticos e alimentos, e também alimentos nas formas líquidas, orgânicas e em pó, extraídos das plantas e desenvolvemos a empresa ‘Heide’. Entre os produtos desenvolvidos antes da pesquisa com a gabiroba, conseguimos fazer um produto a base de roma e barbatimão que era contra o coronavírus, uma máscara. A pesquisa com a gabiroba começou em 2021, ela é nativa da Mata Atlântica, pode ser utilizada em alimentos, bebidas, tem flavonóides, vitamina C, pode fomentar a agricultura familiar. Picolé e suco estão entre os produtos finais”, disse. 


Cerrado em Pé é a empresa de Rodrigo Borghezan 

Rodrigo Borghezan montou a “Cerrado em Pé”, como foco inicial da polpa e geléia de guavira. “Sentimos prazer e alegria em trabalhar com esse gênero de frutas. Desde 2022, sou biólogo, professor de escola pública, e ao longo do meu trabalho com horta e permacultura desenvolvendo hibiscos, percebi que a terra é abundante. É necessário viabilizar de forma sustentável a comercialização dos produtos do cerrado em escala industrial, trazendo benefícios para biodiversidade e cadeia produtiva”, destacou. 

Washington Willeman de Souza, diretor-presidente da Agraer, agradeceu a todos. “Uma satisfação recebê-los aqui. Faço um agradecimento especial à Assembleia Legislativa, pois eles são o grande incentivador desse evento desse evento, por meio do deputado e autor da lei da guavira. Muito importante nosso Estado estar divulgando esse fruto bem conhecido aqui. A Bioeconomia é uma realidade.Todos aqui reunidos difundindo tecnologia, gerando renda, valorizando nossa identidade cultural”, elogiou. 

Entre as autoridades estavam Humberto de Mello Pereira, secretário Executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais de Mato Grosso do Sul (Semadesc); Lia Brambila, pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Alzira Menegatti, representando a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a professora Zilda Holsback, da UEMS e Andréa Serafim, da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul Fundect. 

Seminário

O Seminário Estadual da Guavira é um evento anual que tem o objetivo de criar um ambiente de discussão referente às ações para fomentar atividades relacionadas à guavira. Gastronomia, turismo, cultura, pesquisa, inovação, produtos artesanais, renda para comunidades, extrativismo sustentável, geração de novos produtos à base de guavira. A Lei 5.082/2017 foi o motivo da realização dos seminários.