Equipe da tropa de choque da Polícia Militar, de Campo Grande, está em Dourados para tentar desmobilizar o manifesto indígena contra a falta d’água que assola as aldeias Jaguapiru e Bororó há décadas.
O fechamento da MS-156 e do anel viário continuam pelo terceiro dia consecutivo. Como alternativa para furar os bloqueios, motoristas têm utilizado estradas dentro da própria Reserva Indígena para desvio, que também foram fechados.
Pela manhã, algumas dessas estradas receberam a visita da tropa de Choque. Imagens que circulam as redes sociais mostram policiais com escudos e armas nas estradas no interior da Jaguapiru.
As imagens ainda trazem confronto, com detenção de indígenas e tiros com arma não letal. Uma mulher que tenta impedir um homem indígena ser detido é atingida na perna e começa a gritar.
O capitão Ramão Fernandes, da aldeia Jaguapiru, diz que o Choque está neste momento na região do Hospital Missão Caiuá, na Jaguapiru. Ele informou que o bloqueio na MS-156, entre Dourados e Itaporã, e no anel viário, de acesso a Ponta Porã, continuam.
Ele diz ainda que irá procurar o MPF (Ministério Público Federal), como forma de garantir os direitos das comunidades indígenas, que estão cansados de ouvir promessas de propostas que vão levar água para as duas aldeias.
Juntas, a Jaguapiru e a Bororó têm 13 mil moradores, quantidade populacional maior que quase metade das cidades de Mato Grosso do Sul. O problema da falta de água é antigo. Os poços presentes nas aldeias não atendem todos os moradores e a bomba d’água sempre apresenta problema ou tem força para distribuir água nas casas que atende.
Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar agiu para desobstruir as rodovias estaduais que estavam bloqueadas após “todas as vias de negociação” se esgotarem.
“As forças de segurança manterão efetivo para garantir paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas político-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito.
Em tempo, o governo de MS, por meio da SEC, se manteve em contínuo diálogo com todos os envolvidos em busca, sempre, de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos”, cita trecho divulgado.