Ação desencadeada na manhã desta quarta-feira (15/1) por policiais militares do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) com apoio de outras forças de segurança pública, é desdobramento da Operação Snow, realizada em março do ano passado e mira esquema de tráfico de cocaína para os grandes centros consumidores do país.
São nove mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão cumpridos em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP). Ainda não há detalhes sobre quantas e quais determinações judiciais são cumpridas na maior cidade do interior sul-mato-grossense.
Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), após a análise de material apreendido na primeira fase da operação, desencadeada no dia 26 de março de 2024, descobriu-se que ao menos outras 17 pessoas integram a organização criminosa.
Entre os novos alvos estão advogados e policial civil.
O líder da organização monitorava eventuais investidas das forças de segurança, via cooptação de servidores públicos corruptos por meio de advogados para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas.
Os advogados, segundo as investigações, ainda atuavam como conselheiros de outros assuntos sensíveis da organização, considerada pelo Ministério Público como ‘bastante violenta’.
“A organização criminosa é extremamente violenta resolvendo muitas de suas pendências, especialmente as questões relacionadas à perda de cargas de drogas e outros desacertos do tráfico, com sequestros e execuções, muitas vezes de seus próprios integrantes”, afirma o órgão.
O escoamento da cocaína para os centros consumidores era realizado por empresas de transporte.
Durante os trabalhos, descobriu-se que terceirizadas dos Correios eram utilizadas.
Neste período de investigações, mais de duas toneladas de cocaína da organização criminosa foram apreendidas em ações policiais.
Além do Gaeco, policiais militares do Batalhão de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) prestaram apoio operacional. A Ordem dos Advogados do Brasil e a Corregedoria da Polícia Civil também acompanharam as diligências.