Dupla execução ocorreu na madrugada desta segunda-feira em uma colônia de Pedro Juan Caballero
A matança segue descontrolada na fronteira mais violenta do continente. Dois irmãos foram executados a tiros por um pistoleiro na madrugada desta segunda-feira (9) na Colônia Piky, em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.
Nestor Ramon Villagra Gadea, 37, e Ignacio Luis Villagra Gadea, 36, ambos de nacionalidade paraguaia, foram mortos assim que chegaram a um bar do povoado para comprar bebida.
Eles pediram ao dono do estabelecimento se poderiam beber na frente do bar ouvindo música. O proprietário contou à polícia que deu permissão e voltou para dentro do estabelecimento momento em que ouviu os tiros, disparados pelo pistoleiro que chegou ao local de moto. Os dois irmãos morreram na hora.
De acordo com o jornal paraguaio “Ultima Hora”, um dos três mais influentes do país, a Linha Internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã conta pelo menos 251 assassinatos em 2019.
Citando números não oficiais, o jornal revelou que até sábado eram 114 assassinatos em Ponta Porã e 134 em Pedro Juan Caballero. Com a morte de um idoso ontem à noite no lado brasileiro e com a execução dos dois irmãos, o total chega a 251 assassinatos.
“É dolorosa a situação. Parece que as pessoas solucionam seus problemas dessa forma [matando os desafetos]. Essa situação tornou-se habitual nesta área da fronteira”, afirmou em entrevista à rádio Monumental AM o comissário Ignacio Rodríguez, diretor da Polícia Nacional no departamento de Amambay.
O promotor de Justiça Marco Amarilla disse ao jornal paraguaio que é o crime organizado que semeia a violência e que os fatos são mais isolados. Ele ressaltou que nos casos de homicídio, a maioria está relacionada a atos de vingança relacionados ao narcotráfico.
Tudo se resolve na bala – O prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, disse ao “Ultima Hora” que a violência gerada pelo crime organizado é difícil de controlar, porque os bandidos eles são governados por seus próprios códigos. “É difícil controlar, porque entre eles (aqueles que praticam atos ilícitos) não há cheques, nem notas promissórias. Com balas está resolvido”, afirmou.
Na semana passada, foi encontrado o corpo do estudante brasileiro Alex Ziole Areco Aquino, 14, sequestrado, assassinado a tiro e esquartejado. O crime chocou os moradores das duas cidades, mesmo quem já se acostumou com tantas mortes. Genaro Lopes Martins, apontado como membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), a mulher dele, Diana Pimentel Acosta, e um adolescente de 16 anos, irmão dela, são acusados do crime. O casal está preso e o adolescente recolhido por ordem judicial.
Fonte: Campo Grande News