Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) diz que benefício precisa continuar e valor mensal de R$ 600 não pode ser reduzido, como pretende o governo

Com o avanço das contaminações pelo novo coronavírus e dos impactos causados pela pandemia, cresceu a pressão social para a extensão do auxílio emergencial de R$ 600 como forma de socorrer a população mais carente e também a economia. Segundo o Executivo, o benefício será pago por mais três meses; porém, com valor mensal reduzido: R$ 500 (julho), R$ 400 (agosto) e R$ 300 (setembro). 

“Defendemos a ampliação do auxílio, mas não do jeito que o governo está propondo”, afirma o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto. “Entendemos também que o benefício precisa continuar por um prazo maior. O desemprego vai subir, a crise não vai acabar tão cedo e reduzir o auxílio emergencial prejudicará milhares de brasileiros”, acrescenta.

Segundo avalia Takemoto, os R$ 600 mensais ajudam a manter a economia funcionando porque as famílias de baixa renda estão utilizando os recursos para o consumo de itens essenciais, como alimentos, além do pagamento de contas e outras necessidades básicas. A redução do auxílio emergencial também é criticada no Congresso. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é contrário à posição do governo e defende o pagamento de mais duas parcelas no atual valor mensal.

Outros parlamentares engrossam a defesa pela extensão do auxílio até o final do ano. É o caso do senador Jean Paul Prates (PT-RN), autor do Projeto de Lei 2.627/2020, que estende o benefício até dezembro.

As três parcelas do auxílio emergencial, em R$ 600 mensais, foram aprovadas pelo Congresso, em março, para ajudar os trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e desempregados no período de quarentena imposto para conter a disseminação da covid-19. O valor do benefício aprovado pelos congressistas contrariou a proposta inicial do governo, que pretendia conceder o auxílio no valor de R$ 200 por mês.

TERCEIRA PARCELA — Depois de uma longa espera, o governo começou a pagar a terceira parcela do auxílio emergencial para os beneficiários que receberam a primeira parcela até 30 de abril e não fazem parte do calendário do Bolsa Família. Os pagamentos, por meio da poupança social digital, iniciaram neste sábado (27). 

Segundo a direção da Caixa, mais R$ 19,7 bilhões foram destinados ao pagamento de 31 milhões de beneficiários. O crédito do auxílio continua sendo feito de maneira escalonada, conforme o mês de aniversário do beneficiário.

Inicialmente, o dinheiro poderá ser usado apenas digitalmente para pagamentos de contas, boletos e compras por meio do cartão de débito virtual. Saques e transferências só serão liberados a partir do próximo dia 18.

Fonte: Brasil 247