Senador Ângelo Coronel (PSD-BA) alegou que pedido da PF é “muito genérico” e deve recomendar nova solicitação mais detalhada
O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator da CPMI das Fake News no Congresso, negou pedido da Polícia Federal (PF) para ter acesso a investigação sobre a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na ação de grupos organizados para ataques nas redes sociais e para a disseminação de desinformação.
Segundo Coronel, a pedido é “muito genérico”. Contudo, ele deve pedir aos policiais que façam uma nova solicitação, detalhando quais são os documentos de interesse. As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, publicadas nesta quinta-feira (8).
A solicitação havia sido feita após o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) apresentar aos policiais, em depoimento, diversos números de IPs de computadores de Brasília e do Rio que teriam sido utilizados na disseminação de notícias falsas. Segundo ele, os IPs estão ligados a um e-mail oficial do filho do presidente. Essas informações teriam sido obtidas na CPMI das Fake News.
A PF, então, queria ter acesso a esses dados levantados pela CPMI para poder investigar o conteúdo desses computadores e confirmar o vínculo de Eduardo com o esquema.
Histórico
As ligações de Eduardo Bolsonaro com o chamado gabinete do ódio, entretanto, já haviam sido apontadas pela CPI das Fake News em março. Da mesma forma, a quebra de sigilo fornecida pelo Facebook sobre uma das páginas mais ativas do esquema, chamada Bolsofeios, identificou a participação do deputado.
As informações do Facebook dão conta de que a página Bolsofeios no Instagram foi registrada a partir de um telefone do secretário parlamentar de Eduardo, chamado Eduardo Guimarães.
O número do IP do computador utilizado para criar a página foi localizado na Câmara dos Deputados. O e-mail de registro da conta é: “eduardo.gabinetesp@gmail.com”. O endereço eletrônico é registrado oficialmente pela assessoria do filho do presidente na Casa.
Obstrução
Além disso, quando a CPMI foi prorrogada, em abril, a deputada Natália Bonavides (PT-RN), também integrante da comissão, relatou que Eduardo e seus aliados trabalharam arduamente para tentar barrar a continuidade dos trabalhos. Posteriormente, o deputado foi até o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir a suspensão dos trabalhos da comissão. Seu pedido foi negado pelo ministro Gilmar Mendes.
Fonte: RBA