O preço dos produtos e serviços mais procurados para o Dia Crianças subiram 3,21% entre outubro de 2019 e setembro de 2020. O aumento ficou abaixo da inflação média medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que foi de 3,6%. A informação foi dada nesta sexta-feira (9) à Agência Brasil pelo coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), André Braz.

Algumas despesas comuns na data, porém, superaram a inflação acumulada no período. É o caso dos computadores e periféricos, que subiram 9,24% nos últimos 12 meses. “Subiram muito de preço em função da prática do home office (trabalho em casa), do uso desses equipamentos para ensino a distância e, também, para entretenimento”, explicou Braz. Segundo ele, a desvalorização do real frente ao dólar também contribuiu para a alta de preços.

Braz citou ainda hábitos mais ligados a serviços que também subiram acima da inflação média, entre os quais comer fora de casa (3,4%), tomar sorvetes fora de casa (5,9%); refrigerante (4,9%). Quanto aos  presentes, tiveram aumento acima da inflação os preços de bicicletas (4,9%) e calçados (4,3%). Os aumentos foram menores em telefones celulares (2%), roupas (2,6%), instrumentos musicais (2,9%) e bonecas (2%). O único item em que os preços baixaram foi o de artigos esportivos (-3,9%).

Otimismo no Rio
Segundo estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) sobre o Dia das Crianças, as compras relativas à data deverão injetar na economia fluminense cerca de R$ 1,2 bilhão. A sondagem foi feita nos dias 28 e 29 de setembro com 635 consumidores do estado do Rio.

De acordo com o economista Rafael Zanderer, do IFec Rio, esta é a primeira vez neste ano que a movimentação econômica prevista ficou em linha com os resultados de 2019.

Outro dado positivo é que o tíquete médio subiu de R$ 163,33, em 2019, para R$ 180,85, este ano, com alta de 10,4%. Brinquedos, com 58,6% da preferência dos consumidores, lideram a lista de produtos que serão mais adquiridos para a data.

Comércio lojista
Também os lojistas estão otimistas e projetam crescimento de 1,5% nas vendas para o Dia das Crianças, mostra a pesquisa Expectativa de Vendas do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), que ouviu 500 representantes do setor que trabalham com os ramos de brinquedos, roupas, calçados, eletrônicos e artigos esportivos. Esta é a primeira expectativa positiva para uma data comemorativa em 2020, destacou o presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves.

A estimativa de expansão das vendas do comércio para o Dia das Crianças leva em consideração que as datas comemorativas anteriores (Dias das Mães, dos Pais e dos Namorados) ficaram abaixo das expectativas dos lojistas.

A pesquisa mostra ainda que os pais (74,5%), seguidos dos avós (18,2%), dos tios e padrinhos (7,3%) são os que mais presenteiam as crianças. Os lojistas da capital fluminense estimam que o preço médio dos presentes por pessoa fique em torno de R$ 120.

Queda
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta queda de vendas de 4,8% dos produtos e serviços relativos ao Dia das Crianças em todo o país em relação aos números do ano passado. A queda fica, porém, abaixo dos 8,1% registrados em 2016, quando o Brasil enfrentava também uma crise econômica. Segundo a CNC, o Dia das Crianças, que é a terceira data mais importante do varejo brasileiro, depois do Natal e do Dia das Mães, deve movimentar no país cerca de R$ 6,2 bilhões este ano.

Para o segmento de hiper e supermercados, espera-se alta de 3,2%, com movimentação de R$ 4,4 bilhões, ou o equivalente a 70,2% do total. De acordo com a CNC, este será o único segmento com crescimento de vendas no período. Para os demais setores, a entidade prevê perdas que podem chegar a 22,1%, caso de lojas de vestuário e calçados; 9,9%, para livrarias e papelarias; e 2,5%, para os ramos de brinquedos e eletrodomésticos, disse o economista Fabio Bentes, responsável pela pesquisa.

Cuidados
Por meio do Procon, a prefeitura do Rio de Janeiro alerta o consumidor sobre cuidados que devem ser tomados por pais e responsáveis na hora da compra dos presentes. O Procon recomenda que só devem ser comprados brinquedos que tenham o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que garante, por exemplo, que foi aprovado em avaliações de química (metais nocivos à saúde), impacto (pontas cortantes) e inflamabilidade (risco de combustão em contato com o fogo).

Produtos falsificados ou fabricados em indústrias clandestinas podem não ser seguros, principalmente quanto à toxicidade do material usado na fabricação, alerta o Procon. Se houver duplicidade de preços, vale o menor.

O Procon recomenda ainda que, em compras pela internet, as pessoas desconfiem de ofertas mirabolantes, especialmente se a loja for desconhecida, assim como de fornecedores que só oferecem boleto bancário como forma de pagamento.

Fonte: Dourados News