Juliano Medeiros defende que as manifestações daquele ano não devem ser resumidas em uma “armação da CIA”, mas entendidas como um fenômeno social complexo
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, foi às redes sociais nesta sexta-feira (27) para criticar a opinião do ex-presidente Lula de que os Estados Unidos foram os responsáveis pela articulação das manifestações de 2013 no Brasil. De acordo com Juliano, o fenômeno social daquele ano não deve ser resumido em uma “armação da CIA”.“Quer dizer que as centenas de historiadores, sociólogos e cientistas políticos de ESQUERDA estão perdendo tempo ao estudar 2013 como um fenômeno social complexo que estava em disputa porque, na verdade, tudo não passou de uma armação da CIA? Discordo”, escreveu, ao compartilhar a reportagem da Fórum com a posição do ex-presidente.
Em seguida, o presidente do PSOL citou intelectuais de esquerda que entendem as manifestações de junho como um fenômeno social complexo, como Vladimir Safatle, André Singer, Flávia Biroli e Leonardo Avritzer. “Boaventura de Sousa Santos caracteriza junho de 2013 como parte das chamadas ‘revoltas de indignação’ que ocorreram no mundo todo a partir de 2011. Me alinho a essa interpretação (uma entre tantas outras). Por isso divirjo da ideia de que tudo não passou de uma armação da CIA”, acrescentou.A matéria da Fórum compartilhada por Juliano destaca que o ex-presidente entende as manifestações de junho como as principais responsáveis pela disseminação do ódio no país e no impeachment da ex-presidenta Dilma, mas que o levante foi incentivado pela mídia brasileira e pelos Estados Unidos.“As manifestações de 2013 foram feitas já fazendo parte do golpe contra o PT. Elas já foram articuladas para garantir o golpe. Elas não tinham reivindicações específicas. As manifestações começaram como parte do golpe, incentivadas pela mídia brasileira e incentivadas, acho que inclusive, de fora para dentro. Eu acho já que teve o braço dos Estados Unidos nas manifestações do Brasil”, disse Lula ao ser questionado sobre as manifestações contra o neoliberalismo que sacudiram Chile, Colômbia e Equador no fim de 2019. “A diferença é que essas manifestações são feitas para conquistar direitos”, disse
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Fonte: Revista Fórum