Num quadro de pouca mobilização e reduzido entusiasmo político, somados ao medo da pandemia, as eleições municipais de 2020 poderão ter abstenção elevada
Cientistas políticos alertam que a abstenção poderá ser elevada no pleito municipal de 15 de novembro próximo.
A falta de campanha nas ruas gera pouca mobilização e reduzido entusiasmo político no eleitor. Isto, combinado com o medo de ir votar em razão da pandemia de Covid-19, pode aumentar a abstenção no próximo pleito municipal, de acordo com cientistas políticos, aponta reportagem da jornalista Carolina Moraes na Folha de S.Paulo.
Uma das cientistas políticas ouvidas, a professora da USP Lorena Barberia, exemplifica afirmando que em outros países onde houve eleições durante a pandemia, pessoas que são consideradas de grupos de risco, como os que têm mais de 60 anos, compareceram menos às urnas.
Mas o aumento da abstenção nesta eleição não se relaciona apenas a um eventual medo do contágio no dia da votação. Na opinião do cientista político Antonio Lavareda, “a pandemia alterou também a própria gramática das campanhas. Isso porque, para evitar a disseminação do vírus, as grandes passeatas e tradicionais caminhadas pelo comércio da cidade não têm mais a dimensão que costumavam ter”. A consequência disso, para Lavareda é o menor entusiasmo dos eleitores.
Segundo pesquisa Datafolha realizada em 5 e 6 de outubro, 21% dos paulistanos consideram não ir votar por medo de se infectar com o coronavírus, mesmo índice da primeira pesquisa realizada em setembro.
As próximas eleições municipais terão um protocolo sanitário para evitar o contágio entre eleitores e mesários.
Entre as regras estão a obrigatoriedade do uso de máscaras, distanciamento mínimo de 1 metro entre as pessoas e disponibilização de álcool em gel antes e depois da votação. O horário também foi ampliado em uma hora para evitar aglomerações.
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Fonte: Brasil 247