Nesta segunda-feira (14), está programado o acontecimento de um dos fenômenos mais belos que a natureza pode proporcionar: o eclipse solar total. Alguns poucos sortudos conseguirão observar a rápida passagem da Lua nova sobre a face do Sol, causando um evento que transformará o dia em “noite”.

Em alguns pontos da Argentina e Chile, será possível visualizar o evento em sua totalidade. Já no Brasil — assim como em outros países do continente —, o eclipse poderá ser visto apenas de maneira parcial.

Contudo, o acontecimento deve durar pouco tempo. Segundo a astrônoma Tania de Sales Marques, do Observatório Real de Greenwich, em Londres, a Lua nova passará sobre a face do Sol em um processo que levará cerca de 24 minutos, mas a cobertura total deve durar pouco mais de dois minutos.

Já o eclipse parcial terá um período mais longo, iniciando às 11h33 e terminando às 15h53 (horário de Brasília).

Ilustração do eclipse solar total
Fenômeno acontece quando a Lua posiciona-se na mesma direção do Sol, barrando a incidência solar. Imagem: Rizki Kurniawan/Vecteezy

O eclipse solar total ocorre quando a Terra, Sol e Lua se alinham de um modo específico, fazendo com que a incidência solar seja impedida pelo nosso satélite natural.

Embora a Lua seja 400 vezes menor que o Sol, ela acaba atuando como um barreira por estar bem mais próxima da Terra, impedindo a chegada da luz solar, mesmo durante o dia.

De onde será possível observar o eclipse solar?

A passagem da Lua nova em frente ao Sol provocará uma penumbra sobre a ponta da América do Sul por volta do meio-dia.

Na Argentina, o fenômeno poderá ser visto completamente no norte da Patagônia, enquanto no Chile, as regiões de Araucanía, Los Ríos e Biobío deverão ser os pontos privilegiados para observar o eclipse “na íntegra”.

Região da Patagônia, na Argentina
Localizado na Argentina, Norte da Patagônia será um dos melhores locais para observar o eclipse solar total. Foto: Alex Wolowiecki/Unsplash

Já o eclipse solar parcial poderá ser visto no Brasil, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai.

À BBC News, o professor do departamento de astronomia IAG, da USP, Roberto Costa, afirmou que no Brasil, o fenômeno deverá ser melhor visualizado nas regiões Sul e Sudeste.

“No Rio Grande do Sul, cerca de 60% do disco do Sol estará encoberto pela Lua. No Paraná, aproximadamente 50% e em São Paulo e Rio de Janeiro, em torno dos 40%”, afirmou o professor.

O evento também será transmitido pela Nasa, a partir das 11h40 (horário de Brasília).

Como ver o fenômeno?

Antes de mais nada, é importante certificar-se de que os aparelhos utilizados na observação filtrem mais de 99,999% da luz solar. Caso as medidas de segurança não sejam respeitadas, é possível que a observação direta do eclipse solar cause danos irreversíveis na visão do indivíduo.

Imagem de um binóculos
Binóculos, câmeras, celulares, telescópios e óculos especiais poderão ser usados para observação do eclipse. Imagem: Chanikarn Thongsupa/Rawpixel

Além de óculos e visores manuais especiais, pode-se utilizar telefones celulares, binóculos, telescópios e câmeras, desde que filtros especiais sejam acoplados aos instrumentos.

Outro ponto a ser considerado é a continuidade do distanciamento social. Embora eventos como este estimulem a aglomeração de curiosos, é importante limitar o deslocamento para evitar tumultos e a proliferação do coronavírus (Sars-Cov-2).

Fonte: Olhar Digital