Mato Grosso do Sul atinge a triste marca de duas mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia, conforme dados apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), nesta sexta-feira (18). A média móvel dos últimos sete dias registra 1.106,3 casos confirmados. Os gráficos têm mostrado a curva ascendente quanto ao aumento de casos de Covid-19, índice que infelizmente não para de crescer no Estado. A média de óbitos também segue alta (16%), com 16 casos registrados nas últimas 24 horas, totalizando 2.009 mortes.
Inconformado com a situação, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirma que muitas mortes poderiam ter sido evitadas. “É número muito triste que me indigna. Muitas destas mortes poderiam ter sido evitadas se tivéssemos apoio de parte da população. Se todos tivessem seguido as recomendações de distanciamento social, uso de máscaras, e cumprissem à risca as medidas de higiene, como a lavagem das mãos com água e sabão e o uso de álcool em gel, elas poderiam estar vivas”.
“São duas mil vidas com histórias interrompidas, sendo pais, mães, avós, avôs, tios, tias e filhos que se perderam ao longo desta pandemia. Nós não podemos dizer que foi só um número, foram vidas preciosas perdidas. O maior patrimônio que as pessoas têm são suas vidas”, destaca o secretário Geraldo Resende.
Outro ponto lembrando pelo secretário é quanto ao aumento de internações que registraram evolução de 80% no número de pacientes. “Se levarmos em consideração o que a literatura diz – que de cada 100 casos, cinco irão precisar de internações, sejam leitos clínicos ou de UTIs -, infelizmente nós não vamos ter esses leitos, chegamos na nossa capacidade máxima e fizemos tudo o que foi preciso em Mato Grosso do Sul”, afirma o secretário.
Com hospitais operando em sua capacidade máxima, muitos pacientes estão internados nas alas vermelhas. “Muitos estão internados, alguns intubados, aguardando por uma vaga, que às vezes libera porque pessoas foram a óbito. Assim, estamos com uma média de óbitos muito grande, chegamos ao nosso limite de abertura de novos leitos”, ressalta Resende.
“O impeditivo é que não temos RH, não temos médicos, não temos enfermeiros, não temos fisioterapeutas e outros profissionais que precisam estar dentro das ilhas de UTIs para fazer o manejo adequado de pacientes”, explica o secretário.
A incidência do coronavírus segue alta e está presente em todos os municípios do Estado. “Nós precisamos frear esse crescimento, publicamos o decreto do toque de recolher das 22h às 5h, mas mesmo assim, muitos municípios pioraram as suas bandeiras conforme dados do Prosseguir. Faltam 15 dias para terminar 2020, janeiro pode ser o mês mais crítico, e talvez o pior mês do Brasil e de Mato Grosso do Sul, se não tivemos a colaboração de todos. Nós podemos mudar essa situação se todos nos ajudarem e cada município seguir às devidas recomendações”.
Fonte: EnfoqueMS