Governo de São Paulo pretende que aulas sejam retomadas em primeiro de fevereiro, mas professores dizem que é um ‘absurdo’ fazer isso no período de agravamento da pandemia

Retomada de aulas presenciais retomadas em período de agravamento da pandemia coloca a população em risco de contaminação

O governador de São Paulo, João Doria, e seu secretário da Educação, Rossieli Soares, decidiram que as escolas estaduais irão iniciar o ano letivo em primeiro de fevereiro. E isso deve ocorrer mesmo se o estado estiver na fase vermelha do Plano São Paulo, que corresponde aos piores índices da pandemia. Mas os professores são contra o retorno às aulas presenciais, e classificam essa iniciativa como “um absurdo”.

Nesta quarta-feira, o Governo do Estado de São Paulo abriu concurso público para contratar até 10 mil professores temporários que atuarão exclusivamente nas aulas presenciais.

A Apeoesp, o sindicato que representa os professores da rede pública, é contra e entrou na justiça para impedir as contratações. “Você quer trabalhar na rede presencialmente, você tem que assumir o risco. Isso é um absurdo. É por isso que nós, da Apeoesp, estamos entrando com uma ação contra essa portaria de contratação, uma portaria que eu chamaria de, no mínimo, uma portaria mórbida, de mau agouro”, afirma o secretário de Comunicação da Apeoesp, Roberto Guido.

Falta de condições

Para ele, a portaria ataca inclusive as normas legais de contratação de funcionários no Estado de São Paulo. Os educadores apontam como complicadores para a volta o aumento das contaminações e mortes, os hospitais enchendo, a vacina que não começa, o vírus que sofreu mutação e é mais contagioso e a falta de condições de higiene e infraestrutura das escolas.

“É uma ínfima minoria de escolas que terá condições de oferecer todos os equipamentos de proteção individual aos professores e professoras dessas escolas”, afirma Napolitano.

As aulas presenciais são fundamentais no processo de aprendizagem e socialização, defendem os professores. Mas com a pandemia atingindo índices maiores do que na pior fase, em meados do ano passado, não há condições seguras de retorno.

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Fonte: RBA