Guardas estão presos desde de setembro do ano passado (Henrique Arakaki, Midiamax)

Guardas pedem pela volta a presídio de Campo Grande alegando que estão correndo risco de morte

A Justiça reiterou a negativa do pedido de liminar contra o diretor-presidente em exercício da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), Acir Rodrigues, feita pelos guardas municipais presos em setembro do ano passado durante a deflagração da Operação Omertà, que investigava organização criminosa de execuções no Estado.

Os guardas foram transferidos em dezembro de 2019, do presídio de Campo Grande para estabelecimentos penais do interior do Estado. No último dia 5 de janeiro, os advogados Márcio Souza de Almeida e Lucas Caique da Silva Palermo entraram com mandado de segurança contra o diretor-presidente em exercício da Agepen afirmando que não foi apresentada aos recorrentes, advogados a motivação para movimentação dos apelantes.

Mas, o mandado de segurança impetrado pela defesa contra o diretor-presidente em exercício foi negado pela Justiça. No início do mês, já havia sido negado o pedido dos advogados para que os réus voltassem a ocupar celas de presídio em Campo Grande. A transferência aconteceu depois da descoberto um plano de fuga do grupo, que estava recolhido no Centro de Triagem, no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, pela Agepen.

Igor e Eronaldo foram removidos para o PED (Presídio Estadual de Dourados). Já Alcinei, Rafael Peixoto e Robert foram encaminhados para o Presídio Estadual de Naviraí. Eurico dos Santos Motta, hacker que teria fornecido dados para a execução por engano de Matheus Coutinho Xavier, foi encaminhado para estabelecimento em Coxim.

Omertà

O Garras e o Gaeco, com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, cumpriram mandados de prisão preventiva, prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.

A ação levou a prisão de policiais civis, guardas municipais, policial federal e até militar do Exército, suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.