São Paulo – Em fevereiro, o preço médio da cesta básica diminuiu em 12 capitais e aumentou em outras cinco, segundo pesquisa do Dieese divulgada nesta sexta-feira (5). O resultado foi inverso do que se verificava há vários meses, quando o custo aumentava na maioria das cidades. No primeiro bimestre, a cesta aumenta em 12 e cai em cinco. Mas no acumulado em 12 meses a alta é generalizada, especialmente na região Sul.
Assim, em 12 meses, até fevereiro, o preço médio da cesta aumentou 29,74% em Florianópolis, 28,37% em Porto Alegre e 27,88% em Curitiba. No Rio de Janeiro, a alta foi de 24,58% e em São Paulo, de 23,03%. As menores elevações foram em capitais nordestinas: Recife (11,76%), Fortaleza (13,06%) e Natal (14,43%).
A cesta mais cara de fevereiro foi a de Florianópolis (R$ 639,81), seguida pelas de São Paulo (R$ 639,47) e Porto Alegre (R$ 632,67), Com base na primeira, o Dieese estimou em R$ 5.375,05 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças).O valor corresponde a 4,89 vezes o mínimo vigente (R$ 1.100), proporção um pouco menor que a de janeiro (5 vezes).
Cesta e salário mínimo
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica caiu para 110 horas e 22 minutos. E o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu, na média, 54,23% do rendimento para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. No mês anterior, esse percentual foi de 54,93%.
O preço do café em pó subiu em 14 das 17 cidades. “Demanda firme e taxa de câmbio valorizada foram fatores de alta”, diz o instituto. Já o preço do açúcar aumentou em 13. “O Centro-Sul, maior produtor do país, vive período de entressafra. As usinas negociaram pequenos lotes para manter a oferta reduzida e o preço elevado. As exportações em alta também ajudam a pressionar os preços no mercado nacional”, comenta o Dieese.
Carne sobe, batata e soja caem
Enquanto o valor da carne bovina de primeira teve alta em 12 capitais, o da batata caiu em nove. “A colheita das safras das águas vem abastecendo o mercado e a elevada oferta fez cair os preços do tubérculo.”
Por sua vez, o valor médio do óleo de soja teve redução em 15, depois de meses de alta. “A colheita do grão elevou a oferta de soja. Além disso, a demanda foi menor devido à redução na renda das famílias por causa do fim do auxílio emergencial e dos altos patamares do valor médio nos meses anteriores.”
Fonte: RBA