Reprodução

O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ao Viomundo, jocosamente, que não pretende fazer uma vaquinha para arrecadar os R$ 2,5 bi de reais cobrados dele pelo Tribunal de Contas da União.

São U$ 453 milhões mais R$ 100 milhões de multa. O primeiro valor seria o prejuízo da Petrobras na compra e venda da refinaria de Pasadena, na Califórnia.

Gabrielli diz que recorrerá a todas as instâncias da Justiça para anular a cobrança.

Ele argumenta que a Petrobras começou a buscar uma refinaria no Exterior ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso e fechou negócio em 2006, quando ele presidia a empresa.

Afirma que as avaliações sobre os valores das transações variam muito, dependendo do método de cálculo e de quem faz a conta.

Aponta para uma auditoria que concluiu que a Petrobras pagou um valor abaixo do preço quando adquiriu a refinaria, o que justifica o preço de revenda posteriormente à Chevron.

Na entrevista acima, ele explica.

“Lutarei contra essa injustiça até o fim”, declara José Sergio Gabrielli sobre acusações do TCU

Por Luciana Rosa, PT Salvador

O ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli foi um dos homenageados no ato realizado pelo PT de Salvador nesta sexta-feira (23).

O encontro virtual, que reuniu parlamentares, lideranças sindicais e partidárias e militância, também declarou apoio ao líder sindicalista e coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

A iniciativa foi uma resposta do partido diante das acusações no caso Pasadena e a perseguição ao movimento sindical petroleiro que luta contra a privatização da Refinaria Landulfo Alves (RLAM).

Para o PT, tanto a inclusão de José Sérgio Gabrielli na lista de condenados no processo de aquisição da refinaria Pasedena, em 2006, no Texas, Estados Unidos, pelo TCU, como a intimidação aos trabalhadores/as da RLAM, perseguindo o líder sindical Deyvid Bacelar, por denunciarem as irregularidades da venda da refinaria em São Francisco do Conde, fazem parte das ações do Governo Bolsonaro para estabelecer o seu calendário de privatizações no Brasil, especialmente do Sistema Petrobrás.

Sobre a sua condenação pelo Tribunal de Contas da União, Sérgio Gabrielli foi categórico.



“É muita injusta a decisão do TCU. Eles alegam duas questões: a primeira é de um suporto superfaturamento na compra, mas o preço pago pela refinaria foi abaixo do preço de mercado; e a segunda é de que houve prejuízos com a aquisição baseado em um cálculo feito por uma consultoria, após cinco anos de disputa judicial, com suposições de comportamento de mercado. Portanto, não há fatos concretos para a minha condenação.  O que há é uma ação política que quer me condenar de qualquer maneira e manter as acusações contra o PT. Lutarei contra essa injustiça até o fim”, declarou Gabrielli.

O TCU já havia excluído o nome de Gabrielli da lista de investigados, mas na última semana voltou atrás e o responsabilizou por supostas irregularidades aplicando uma multa de U$S 453 milhões ao ex-presidente da estatal.

De acordo com o ex-presidente da Petrobrás, a compra da Pasadena fazia parte de uma estratégia de negócios adotada pela estatal ainda nos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“O Brasil estava crescendo na produção de petróleo, mas precisava aumentar a produção de derivados. Portanto, a compra da Pasadena foi uma tática comercial pensada antes dos governos de Lula e Dilma e nós consolidamos”, destacou Gabrielli.

Já no caso da privatização da RLAM, o movimento sindical petroleiro tem reagido, denunciando as irregularidades da venda, o que resultou em perseguição aos trabalhadores/as.

A atitude da direção da refinaria é considerada pelo PT como antissindical e antidemocrática e tem como objetivo desmobilizar a luta contra a privatização do Sistema Petrobrás, intimidando a categoria petroleira.

A venda da refinaria faz parte dessa grande engrenagem para consolidar um processo de privatização de uma das maiores estatais do Brasil.

A RLAM é a primeira de um total de oito refinarias colocadas à venda pela Petrobrás.

Foi comercializada por 50% abaixo do seu valor real, cerca de R$ 8,87 bilhões a menos, totalizando US$ 1,65 bilhão pagos pelo fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes.

“Muito obrigado à direção e militância do PT de Salvador e à Sindipetro pela realização desse ato e por todo apoio. Fiquei muito emocionado. Sentir a solidariedade e afeto dos companheiros e companheiras de luta por um mundo melhor é revigorante e nos fortalece!”, disse Deyvid Bacelar.

Além de José Sergio Gabrielli e Deyvid Bacelar e seus familiares, participaram do ato o senador Jaques Wagner, a presidenta do PT Brasil, Gleisi Hoffmann, o presidente do PT Bahia, Éden Valadares, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), a presidenta da CUT, Leninha, o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes, o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Nelson Pelegrino, o ex-Ministro da Cultura nos governos Lula e Dilma, Juca Ferreira, a ex-Ministra de Planejamento, Orçamento e Gestão do governo Dilma, Miriam Belchior, o ex-Ministro da Secretaria Geral da Presidência do governo Dilma, Miguel Rosseto, o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, Zé Dirceu; a secretária de Formação do PT Brasil, Maria do Rosário, os deputados federais do PT Afonso Florence, Joseildo Ramos, Jorge Solla e Valmir Assunção, os deputados estaduais petistas Osni Cardoso, Rosemberg Pinto, Marcelino Galo, Fátima Nunes, Jacó, Bira Corôa e Robinson Almeida, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, os vereadores Marta Rodrigues, Luiz Carlos Suíca, Maria Marighella, Tiago Ferreira, o ex-deputado federal Amauri Teixeira, o escritor e jornalista Emiliano José, a jornalista Geide Miguel, e a ex-presidenta da PUB, Silvia Ferreira.

Fonte: Viomundo