Levantamento do Grupamento do Corpo de Bombeiros de Dourados aponta que de janeiro até hoje (4/5) já são 64 focos de incêndio registrados na cidade. O maior deles aconteceu ontem (3), quando 16 hectares de uma propriedade rural localizada às margens da Perimetral Norte acabaram devastados pelas chamas.
“Acreditamos que se trata de um incêndio criminoso. Nessa área todos os anos têm registro de focos de incêndio. Aqui é um local de conflito de terras entre proprietários rurais e indígenas e infelizmente sempre há ocorrências desse tipo. Fomos acionados às 10h e chegando ao local verificamos que haviam residências próximas e que a fumaça estava indo para o lado da rodovia. Então a preocupação inicial foi fazer a proteção para o lado dessas residências e da rodovia, mas infelizmente não evitamos um acidente de motoristas”, lamentou o Tenente Rafael Henrique Fernandes, durante entrevista em transmissão ao vivo na página do Jornal Dourados News no Facebook (confira aqui).
As chamas somente foram controladas no local por volta das 19h, após nove horas contínuas de trabalho de militares do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e também de agentes da Guarda Municipal Ambiental que deram apoio à ação. Foram utilizados dois caminhões pipa com um total de 30 mil litros de água para conter o avanço das chamas.
A fumaça prejudicou a visibilidade de motoristas que trafegavam pela Perimetral Norte e causou uma colisão entre três veículos. Ninguém ficou ferido (confira aqui). Além disso, moradores do bairro Monte Carlo, que fica próximo, relataram o incômodo com a fumaça e a fuligem.
Na manhã desta terça-feira, um militar do Corpo de Bombeiros utilizou um drone para mapear a área devastada. Conforme o tenente Fernandes, uma investigação criminal sobre a autoria do incêndio somente pode ser realizada caso o dono da propriedade acione a Polícia Civil, o que não aconteceu até o momento.
O tenente aproveitou para alertar a população para os riscos da ‘cultura do fogo’, que é quando algumas pessoas resolvem fazer uso das chamas com fins de limpeza. A prática, muito frequente, se torna ainda mais perigosa nesta época do ano, quando as condições climáticas são favoráveis a rápida propagação do fogo.
“É bastante comum infelizmente os registros de incêndios ainda mais nesta época do ano, que temos condições climáticas favoráveis à propagação das chamas. Há essa cultura de colocar fogo em lixo para limpeza e na maioria das vezes isso acaba saindo do controle de quem ateou. Esse tipo de ação proporciona risco de grande incêndio, podendo atingir residências e motoristas em determinadas localidades. Essa prática deve ser eliminada devido ao grande transtorno que traz para a sociedade e ao meio ambiente também”, alertou Fernandes.
A população pode denunciar focos de incêndio e acionar socorro por meio do Corpo de Bombeiros no telefone 193, da Guarda Municipal Ambiental no telefone 199 e da Polícia Militar no telefone 190.
MS está em Estado de Emergência Ambiental
Desde o dia 29 de abril deste ano, Mato Grosso do Sul está em Estado de Emergência Ambiental. A situação foi publicada em Diário Oficial em ato oficializado pelo governador Reinaldo Azambuja, por meio de decreto.
A norma está em vigor por 180 dias contados a partir de 1º de maio. O decreto se estabeleceu tendo em vista que as condições climáticas nesta época do ano favorecem a propagação de focos de incêndio sem controle. A medida flexibiliza medidas que necessitem ser tomadas pelo Estado para programas e ações de contenção e controle.
Fonte: Dourados News