São Paulo – Segundo a ocupar o Ministério da Saúde na gestão do presidente Jair Bolsonaro, o médico Nelson Teich presta depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (5), às 10h. Teich é o segundo a falar na CPI, que ontem ouviu por mais de sete horas o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
O depoimento de Nelson Teich à CPI da Covid estava marcado para ontem, às 14h, mas foi remarcado. Na sessão de ontem, a Comissão que conduz os trabalhos da CPI também remarcou o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello, que estava previsto para esta quarta. A presença de Pazuello ficou para daqui a 14 dias, no dia 19, já que ele alegou ter tido contato com pessoas infectadas pelo coronavírus.
O depoimento de Mandetta teve ampla repercussão. Segundo a jurista Carol Proner, a fala do ex-ministro teve como aspecto principal a denúncia da “estratégia intencional (do governo Bolsonaro) de estimular o uso de medicamentos para tratamento preventivo, como a cloroquina e a ivermectina, que violam, como disse o ex-ministro, com o mínimo o princípio da cautela”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também deve ser convocado à CPI. Após o depoimento de Mandetta, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que “tornou-se inevitável a convocação do ministro da economia, Paulo Guedes”. Durante a oitiva, Mandetta afirmou que a equipe econômica ignorava alertas e “não compreendia o tamanho” da crise.
“Acredito que torna-se urgente, é uma avaliação minha, a apreciação da convocação do requerimento do ministro Paulo Guedes”, disse o senador. Randolfe Rodrigues é o autor do requerimento que pede a convocação do ministro da economia.
Segundo ele, ficou evidente, com o depoimento de Mandetta, que havia dois comandos na direção das ações em relação à pandemia, e que o conflito entre saúde e economia contou com a participação de Guedes.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), informou que apoia a convocação do ministro da economia.
Com informações da TVT e Agência Senado
Fonte: RBA