Brasileiros enfrentam a maior alta de preços de remédios dos últimos cinco anos
Com o agravamento da pandemia, gastos com saúde junto aos reajustes nos preços dos medicamentos têm impactado no orçamento da parte da população. Puxada pela alta nos preços dos remédios, um jornal oficial com registro alta de 0,31% no último mês.
Nos últimos meses, os brasileiros estão pagando mais caro pelos remédios. O reajuste anual, desta vez, ficou acima da informação. O percentual desta vez é 10,08%, o maior desde 2016, acima da informação oficial do país, que, no mesmo período, ficou em 6,10%.
No último mês, o comitê técnico da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANS), autorizou o reajuste de até 4,88% sem preço dos remédios.
A regulamentação é válida para as mais de 19 mil substâncias comercializadas em solo brasileiro. O último reajuste havia sido feito em junho do ano passado, na ordem de 5,21%. O economista Marcos Rezende aponta que um dos motivos do real deve a alta do dólar frente ao real.
“A valorização do dólar ante o real é determinante para o aumento do custo de vida da população, além do encarecimento de diversos insumos que são importados, tudo isso influência na conta final que é repassada para o consumidor e para a economia do país, assim como de Mato Grosso do Sul ”, apontou.
O reajuste nos preços dos medicamentos contribuiu para a informação de pessoas com baixa renda em abril, com 0,20 ponto porcentual, seguidos pelo encarecimento dos alimentos, 0,14 ponto porcentual, especialmente das proteínas de origem animal, como carnes, aves, ovos e leites e derivados, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A acumulada nos últimos meses foi de 7,71% para as famílias mais pobres, patamar bem acima dos 5,21% observados no segmento mais rico da população.
O indicador do Ipea é dividido em seis faixas de renda familiar, com variações de preços medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os grupos vão desde uma renda familiar de até R $ 1.650,50 por mês, no caso da faixa com renda baixa, até uma renda mensal familiar acima de R $ 16.509,66, no caso da renda mais alta.
“Os consumidores que possuem que receber de um salário mínimo ou têm uma renda afetada pela pandemia, têm passado por momentos de dificuldade. Tivemos reajustes em quase todos os setores, o que impacta diretamente no poder de compra, dificultando o consumo para o consumidor ”, destacou ao Correio do Estado .
SUSPENSÃO
Na última semana, o Senado Federal aprovou, por 58 votos a 6, o projeto de lei que proíbe o reajuste do preço dos medicamentos durante o ano de 2021. A matéria segue agora para a análise da Câmara dos Deputados.
Segundo o texto dos senadores, uma emergência em saúde pública de importância nacional, ocasionada pela pandemia do coronavírus, justifica vedar o reajuste anual de medicamentos que é definido em ato da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
Caso a medida seja aprovada, irá permitir que remédios que terão valores aumentados voltem ao preço de antes, mas a diferença cobrada por remédios já vendidos não terá que ser reembolsada ao consumidor.
No ano passado, o ajuste anual no valor dos remédios foi suspenso por 60 dias, conforme a medida provisória nº 933. Mas, como não foi votada pelo Congresso, a MP perdeu eficácia em 28 de julho e, desde então, os preços podem ser reajustados.
NEGOCIAÇÕES
Em março do ano passado, em meio à primeira onda da pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a negociar com a indústria farmacêutica uma suspensão de 60 dias na divulgação do reajuste anual do setor. O pedido foi atendido e só a ser confirmado em junho a seguir, na ordem de 5,21%. (Com agências).
Fonte: Correio do Estado