São Paulo – O líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros, que tem seu nome relacionado ao escândalo da vacina Covaxin, mantém ligações com uma empresa farmacêutica de Maringá, a Belcher. Essa empresa, “assinou contrato com o Ministério da Saúde para intermediar a compra de uma vacina Chinesa chamada Convidecia por US$ 17 a dose, num negócio que vai passar de R$ 5 bilhões. Será a vacina mais cara do Brasil”.
A informação dessas ligações foi divulgada pelo jornalista Hugo Souza, que publicou dois textos em seu perfil no Facebook com algumas observações sobre o deputado Ricardo Barros, do Centrão de Bolsonaro.
Confira abaixo os dois textos publicados pelo jornalista:
Em 26 de junho, sábado
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, apontado ontem por Luis Miranda como o homem acobertado por Bolsonaro na fraude da Covaxin, é amigo de longa data do empresário Francisco Feio Ribeiro Filho.
Conhecido como Chiquinho Ribeiro, o dono da Pneumar foi presidente da Urbamar, empresa de urbanização de Maringá, quando Barros foi prefeito da cidade, lá no início da década de 90.
Quando Chiquinho Ribeiro completou 70 primaveras, em 2016, o irmão de Ricardo, Silvio Barros – que também já foi prefeito da terra do Marreco -, publicou no Instagram uma foto sua e de sua consorte na comemoração: “festa linda, merecida e abençoada do nosso amigo chiquinho Ribeiro”.
Quando Cida Borghetti, esposa de Ricardo Barros, tornou-se governadora do Paraná, em 2018, Chiquinho foi parar na direção da Companhia de Saneamento do estado (Sanepar).
Há dois meses, Cida Borghetti foi nomeada por Bolsonaro para o Conselho de Administração de Itaipu Binacional, rendendo o indefectível Carlos Marun e com salário de R$ 27 mil para participar de umas reuniões.
Há 15 dias, meados de junho, o Ministério da Saúde assinou intenção de compra de 60 milhões de doses de uma vacina contra a covid-19 chamada Convidecia, do laboratório chinês CanSino. O preço é de nada menos que 17 dólares a dose, mais cara que a Covaxin. Estamos falando de um negócio de mais de R$ 5 bilhões.
A representante da CanSino no país é a Belcher Farmacêutica do Brasil, com sede em… Maringá. Há um ano, em julho do ano passado, a Belcher foi alvo da Operação Falso Negativo, contra empresas que se lambuzaram em superfaturamentos aproveitando-se da dispensa de licitação para aquisição de testes rápidos de covid-19.
Um dos sócios da Belcher é Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, que é filho de… Chiquinho Ribeiro.
Cereja: quem entrou com o pedido de liberação da vacina na Anvisa foram Luciano Hang, Carlos Wizard e o outro sócio da Belcher, Emanuel. Hang e Wizard são os dois grandes empresários brasileiros mais próximos do presidente da República. Um anda na garupa, o outro é do gabinete paralelo.
Pode ser apenas mais uma grande coincidência, já que este é o país delas, mas acho que convinha dar uma olhada no tocante a essa cuestão aí, talquei?”
Neste domingo, mais informações
“Muito além da Covaxin:
Ontem publiquei post sobre a ligação de Ricardo Barros com a família responsável pela Belcher, a farmacêutica de Maringá – reduto político de Barros – que assinou contrato com o Ministério da Saúde para intermediar a compra de uma vacina Chinesa chamada Convidecia por US$ 17 a dose, num negócio que vai passar de R$ 5 bilhões. Será a vacina mais cara do Brasil. O negócio está na dependência de aval da Anvisa.
Hoje acrescentei informações ao post. A principal, esta:
‘No dia 6 de janeiro de 2021, há poucos meses, portanto, foi aberta em Maringá a empresa Rcy Brasil & Belcher Spe Ltda, com atividade principal de “Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano”. No quadro de sócios e administradores da novíssima firma consta a Belcher e a Ribetech Participacoes Sociais LTDA, pessoa jurídica com capital social de mil reais representada pela pessoa física Francisco Feio Ribeiro Filho – Chiquinho Ribeiro, o velho conhecido de Ricardo Barros’.
‘A Rcy Brasil & Belcher funciona no mesmo endereço da Belcher em Maringá, no número 21102 da rua Rodolfo Cremm, numa construção tipo galpão rodeada por terrenos baldios, segundo mostra o último registro feito pelo Google Street View, em 2020. A farmacêutica maringaense que é parte em um contrato de mais de R$ 5 bilhões com o Ministério da Saúde tem o número de identificação do seu imóvel-sede apenas e tão somente escrito à mão no poste de ligação de energia’.
O link para o post completo está no primeiro comentário.
Repito: a CPI tem que dar uma olhada nessa história”.
Fonte: RBA