(crédito: reprodução/Twitter)

Apresentador chamou homossexuais de “raça desgraçada” e ligou orientação sexual à prática de crime

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra o apresentador Sikêra Júnior, da Rede TV, pela prática do crime de homofobia, após o comunicador chamar homossexuais de “raça desgraçada”. O programa, que foi ao ar na televisão, também ganhou repercussão na internet.

Em um comentário de mais de cinco minutos, Sikêra ligou a orientação sexual a crimes e sugeriu que casais gays adotam crianças para atos de pedofilia. “A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar”, disse.

As declarações começaram após a rede Burguer King lançar uma campanha pelo respeito à diversidade, e usar crianças no comercial para repassar uma mensagem contra a homofobia. “Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento”, completou o apresentador.

“Já está virando zona isso. A criança está pagando caro. Ai é preconceito? É!. O preconceito existe… Não é normal rapaz, pode ser para você e seu macho. Mas dentro de uma família, da família tradicional brasileira, nunca será normal. Se você quer dar esse rab… dê, mas não envolva as crianças. Raça do cão”, continuou.

Na ação, o MPF pede que Rede TV! e Sikêra Jr sejam condenados ao pagamento de R$ 10 milhões a título de indenização por danos morais coletivos – valor a ser destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+”.

Além da indenização, de acordo com o Ministério Público, a ação civil pública também requer a “exclusão da íntegra do programa objeto da presente ação que foi veiculado em 25 de junho de 2021 de seus sites e redes sociais e que tanto a emissora como seu apresentador sejam obrigados a publicar retratação pelos mesmos meios e mesmo tempo e em idêntico horário, especificando tratar-se de condenação judicial imposta nos autos da ação, devendo a referida postagem permanecer nos sites da empresa ré pelo prazo mínimo de um ano”.


Após repercussão nas redes sociais, as empresas MRV, TIM e HapVida anunciaram a suspensão de patrocínio ao programa.

Fonte: Correio Braziliense