Em mais um movimento das elites, jornal diz que deputado não pode sentar sobre os pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro, que já cometeu dezenas de crimes e ameaça golpear de vez a democracia
Assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passou a falar em impeachment, um outro instrumento das elites, o jornal Folha de S. Paulo, passou a cobrar o presidente da Câmara, Arthur Lira, a decidir sobre os pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro, que já cometeu dezenas de crimes de responsabilidade e cuja presença na presidência da República representa um insulto para o Brasil e os brasileiros.
“No curto prazo, o que resta é instar Arthur Lira (PP-AL) a deixar de lado o cinismo e dar satisfação à sociedade sobre gravíssimas acusações contra o presidente Jair Bolsonaro dormentes em seu gabinete. Essa pilha com mais de uma centena de petições não respondidas cresceu nesta quarta-feira (30) com a apresentação de uma extensa peça condensando diversas acusações de crime de responsabilidade. A iniciativa, que reuniu políticos de esquerda, centro e direita, lista uma impressionante quantidade de ofensas, por parte de Bolsonaro, à Constituição e à Lei 1.079, de 1950, que regula o impeachment”, escreve o editorialista.
“A negligência com o direito à saúde da população, a participação em atos antidemocráticos, a incitação ao descumprimento de leis, as interferências abusivas em instituições de Estado, as invectivas contra o Supremo Tribunal Federal, o levantamento de suspeitas infundadas de fraude eleitoral e os múltiplos atentados ao decoro exigido para o exercício do cargo configuram razões jurídicas abundantes para iniciar o processo de responsabilização presidencial”, avança o editorialista.
“O presidente da Câmara também reclamou mais materialidade nos pedidos de impeachment —talvez espere uma confissão pública de culpa do chefe do governo”, ironiza ainda o jornal. “Que Lira coloque seus argumentos em papel oficial, como é sua obrigação, e dê-se ao trabalho de refutar as imputações contra Bolsonaro. A procrastinação interesseira não serve ao país, só a quem mercadeja apoio a presidente fraco.”
Fonte: Brasil 247