O juiz Aldo Ferreira da Silva Junior, de Campo Grande, virou réu depois de ser afastado das funções por suspeita de vender sentenças. Ele é acusado de lavagem de dinheiro por decisão unânime dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Conforme denúncia, junto com a esposa Emanuelle Alves Ferreira da Silva, advogada que chegou a ser presa em 2018 e sofre processo por estelionato, além de outros advogados e também empresários, o magistrado é suspeito de transformar o trabalho na Justiça em verdadeiro “balcão de negócios”.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, em abril do ano passado, Aldo Ferreira da Silva Júnior sempre tirou vantagens financeiras ilegais dos cargos pelos quais passou, entre eles a 5ª Vara de Família em Campo Grande – onde tramitam processos de inventário – e o próprio Tribunal, onde atuou como juiz auxiliar da presidência e, conforme os indícios, “furava a fila” do pagamento de precatórios.
As acusações foram divididas em três fases, com direito a operações para apreender material em endereços ligados aos investigados. Diálogos captados também revelaram transações ilegais, como está descrito na peça acusatória.
Em apenas um dos fatos apontados, a suspeita é de recebimento de propina entre R$ 100 mil e R$ 250 mil para favorecer herdeiros de processos que o juiz analisou quando atuou na Vara de Família.
Quanto à fraude em precatórios, teria ocorrido entre 2012 e 2014, envolvendo a liberação fraudulenta de valores milionários devidos pelo Poder Público em causas judiciais.
Fonte: Dourados Agora