General Braga Netto – Foto: Alan Santos/PR

O recado que o ministro Braga Netto mandou ao presidente da Câmara, Arthur Lira sobre a adoção do voto impresso no país só piorou a situação do governo no Congresso Nacional.

Na comissão especial que irá votar essa emenda constitucional o clima na oposição é de maior indignação. O Palácio do Planalto não tem voto suficiente para aprovar o relatório de Filipe Barros (PSL-PR), a favor do voto auditável. Hoje, há uma maioria de 22 votos contrários a seu texto. Os outros 12 titulares do colegiado apoiam a PEC.

O militar afirmou que a discussão sobre o voto impresso está na sociedade e é legítimo debatê-lo. A oposição enxerga na nota divulgada por Braga Netto como uma interferência indevida e um apoio do ministro à tese de Jair Bolsonaro de que, sem voto impresso, as eleições de 2022 será uma fraude. “Repercutiu muito mal a desastrada declaração (de Braga Netto). Antes dela, a situação já era difícil para o governo. Agora, piorou consideravelmente”, afirmou deputado Fábio Trad (PSD-MS), titular da comissão.

O presidente do Solidariedade, Paulinho Pereira (SP), que é deputado e suplente na comissão, também criticou o posicionamento do ministro da Defesa. O parlamentar é contra a adoção do voto impresso e integra o grupo de 11 dirigentes partidários que se manifestaram conjuntamente contrários à PEC que tramita na Câmara.

“Acho que o general Braga Netto nos ajudou bastante. Na medida que ele fala contra nós, acaba é nos ajudando. Até havia, por parte da sociedade, dúvidas sobre a razão de não ter o voto impresso. Tínhamos que explicar, porque vai gerar compra de voto e tumultuar a eleição. Mas, agora, com a manifestação do general, o entendimento é outro. Com essa ingerência do governo, em especial dos militares, muita gente se posiciona contra”, disse.

Com informações do Globo.