Tóquio – Foi com um arremesso de Yukiko Ueno, pitcher da seleção japonesa de sotfbol, que as competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio tiveram início na noite de terça-feira (20) do Brasil, manhã de quarta-feira (21) no Japão, ainda antes da cerimônia de abertura. Assim, nesses cinco dias iniciais, saíram as primeiras medalhas, recordes foram quebrados e também já foram registradas as primeiras participações brasileiras, com grande destaque para as medalhas de prata de Kelvin Hoefler no skate street e de bronze de Daniel Cargnin no judô. Vale, ainda, chamar a atenção para a seleção feminina de futebol e para o remo. De negativo, a esgrima e o tiro esportivo.
A primeira medalha do Time Brasil é histórica, já que o skate debuta no programa olímpico, não apenas no street como também no park. As de Kelvin Hoefler, do japonês campeão Horigome Yuto e do terceiro colocado Jagger Eaton, dos Estados Unidos, foram as três primeiras da modalidade em Tóquio e, consequentemente, da história da Olimpíada. Logo a seguir, veio o bronze de Cargnin na categoria até 66 quilos do judô.
No remo, outro resultado de tirar o chapéu para o Brasil. Lucas Verthein avançou para a semifinal do single skiff, uma embarcação individual, com um segundo lugar na bateria dele. Com o resultado, é a primeira vez em quase 30 anos que o Brasil coloca um barco entre os 12 primeiros colocados nos Jogos Olímpicos. A última vez foi em Barcelona (1992).
Dona da bola
Já o time feminino de futebol jogou duas vezes. Primeiro venceu a China por 5 a 0 e depois empatou em 3 a 3 contra a poderosa Holanda, atual vice-campeã mundial. Marta marcou três vezes nos dois duelos e passou a figurar como a primeira jogadora a balançar as redes em cinco edições de Jogos Olímpicos. Além disso, chegou a 13 tentos e aproxima-se dos 14 da maior artilheira da história do torneio, a também brasileira Cristiane, que não está em Tóquio.
Marta, vale lembrar, é a maior goleadora da Copa do Mundo com 17 gols, um a mais que o alemão Miroslav Klose e dois a mais do que o brasileiro Ronaldo. O futebol feminino teve mais dois destaques: a goleada por 10 a 3 da Holanda na Zâmbia e a vitória da Suécia por 3 a 0 sobre a poderosa equipe dos Estados Unidos, tetra campeã olímpica e mundial. Ambas na primeira rodada.
Na ponta inversa, duas decepções para o Brasil. Uma no tiro esportivo e outra na esgrima. Felipe Wu, da pistola de ar de 10 metros, e Nathalie Moellhausen, na espada, eram cotados para conquistar o primeiro pódio do país, mas passaram bem longe. Wu, medalhista de prata na Rio-2016, fez uma qualificatória bem abaixo do esperado e terminou apenas no 32º lugar. Somente oito foram para a final. Nathalie perdeu na estreia, em um jogo bem complicado. A brasileira, atual campeã mundial na arma, enfrentou a italiana Rossella Fiamingo, medalhista de prata na Rio-2016 e duas vezes campeã mundial. O duelo foi equilibrado e só definido nos segundos finais do golden score, uma espécie de prorrogação, quando um toque certeiro da europeia tirou a vitória da brasileira.
Mais destaques
Das participações brasileiras, vale citar também as vitórias no vôlei de praia, com Ágatha e Duda no feminino e Alison e Álvaro e Evandro e Bruno Schmidt no masculino, todas sobre rivais sul-americanos: os argentinos Gallay e Pereyra e também Azaad e Capogrosso, além dos chilenos Grimalt e Grimalt, respectivamente. As três equipes são cotadas para o pódio, especialmente a feminina. Rebecca e Ana Patrícia, outras fortes candidatas à medalha, ainda não havia estreado.
Na quadra, duas vitórias também, ambas sem grandes problemas. Os homens, comandados pelo técnico Renan Dal Zotto após ele se recuperar de um caso grave de covid-19, derrotaram a Tunísia, enquanto as mulheres passaram pela Coreia do Sul. Outra boa vitória foi no tênis feminino, com a dupla Luisa Stefani e Laura Pigossi. Assim, elas superaram as canadenses cabeças de chave número 7, Gabriela Dabrowski e Sharon Fichman, e passaram para as oitavas de final. Tudo isso até o início da manhã de domingo (25) pelo horário do Japão, final da noite brasileira.
Primeiro campeão e recordes
Além dos brasileiros, vale chamar a atenção para o primeiro campeão olímpico depois de cinco anos. Foi no tiro esportivo e para a China. Yang Qian venceu no rifle de ar 10m marcando 251,8 pontos, novo recorde olímpico. Foi por pouco, já que a russa Anastasiia Galashina cravou apenas sete décimos a menos, 251,1, bem à frente dos 230,6 da terceira colocada, a suíça Nina Christen. Aliás, o tiro esportivo viu mais dois recordes olímpicos serem batidos: Javad Foroughi, do Irã, e a russa Vitalina Batsarashkina foram os responsáveis, na pistola de ar 10m masculina e feminina, respectivamente.
No tiro com arco, outros dois caíram, pelas mãos dos sul-coreanos, grande potência da modalidade. An San, Jang Minhee e Kang Chaeyoung conseguiram o feito por equipes feminino no disparo de 216 flechas a 70 metros do alvo. An San, mas junto com Kim Je Deok, repetiu a dose no misto com disparo de 144 flechas também a 70 metros do alvo. Teve, ainda, no remo com a equipe da Holanda do double skiff, composta por Melvin Twellaar e Stef Broenink, e com a de quatro sem da Austrália, composta por Lucy Stephan, Rosemary Popa, Jessica Morrison e Annabelle Mcintyre. Na natação, por sua vez, Sarah Sjoestroem derrubou o dos 100m livre e no levantamento de peso, três para a chinesa Hou Zhihui, da categoria até 49 quilos. No arranco, no arremesso e, consequentemente, no somatório total.
Aussie
E teve recorde mundial também. Com Bronte Campbell, Meg Harris, Emma McKeon e Cate Campbell no 4x100m livre da natação. Como foi estabelecido em prova olímpica, é, também, o novo recorde olímpico. Esses dados referem-se até o fechamento desse texto, por volta da 1h da manhã brasileira, 13h do Japão. Sempre bom lembrar, afinal, os Jogos Olímpicos já começaram e estão comendo soltos pelos lados da terra do sol nascente.
Fonte: RBA