Um dos maiores desafios da imunização contra a Covid-19 está na distribuição de vacinas pelo mundo. Enquanto alguns países contam com doses de sobra, como os Estados Unidos, outros não possuem previsão de quando vão conseguir vacinas suficientes para toda a população, como no caso de alguns locais da África.

Por conta disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou a COVAX Facility, que conta com doações de países ricos e empresas privadas. O objetivo dessa iniciativa é usar as doses doadas para tornar a vacinação mais proporcional no mundo, mas isso ainda está longe de ser uma realidade.

O projeto também mostra a disparidade entre países na hora de vacinar. Até o começo de agosto, a COVAX havia distribuído 207 milhões de doses para 138 países e territórios do mundo. Em comparação, apenas os EUA distribuíram para seus cidadãos mais de 417 milhões de doses.

Distribuição de vacinas pelo mundo

A OMS explica que a COVAX não conseguiu atingir sua meta de distribuição de vacinas no mundo devido a pouca capacidade para adquirir as doses. Dessa forma, a iniciativa depende da doação de países e empresas para conseguir completar seus objetivos.

No entanto, enquanto a União Europeia cedeu doses extras para a iniciativa, países como o Reino Unido, um dos com uma das maiores taxas de vacinação no mundo, comprou mais de 530 mil doses da COVAX no fim de junho, mais que o dobro da quantidade enviada para todo o continente africano durante o período.

A COVAX disse que está ciente do problema. As autoridades de saúde da OMS admitiram que não haviam conseguido uma distribuição equitativa. Mas eles decidiram não barrar as compras de países desenvolvidos. No ano passado, a Grã-Bretanha sozinha deu mais de US $ 860 milhões à COVAX.

Além disso, o programa passou a receber menos doações depois que alguns países decidiram distribuir vacinas diretamente para outros em troca de ganhos políticos. Em nota divulgada na época, a OMS informou que “a grande maioria do fornecimento da COVAX irá para países de baixa e média renda. A COVAX é a principal, senão a única fonte de fornecimento de vacina Covid-19”.

A logística é outra dificuldade, já que para conseguir as vacinas da COVAX, os países precisam mostrar como distribuirão as vacinas e priorizar as pessoas de alto risco, como profissionais de saúde e idosos. Mas alguns países que estão com campanhas atrasadas e o sistema de saúde comprometido não foram capazes de mostrar que podem realizar a estratégia e alguns nem possuem verba para fazer a vacinação.

Com essa dificuldade, outros grupos estão trabalhando para distribuir as vacinas. Em julho, a União Africana anunciou que comprou 400 milhões de doses da injeção Johnson & Johnson para 45 países africanos. China, Rússia e Estados Unidos doaram milhões de vacinas a países.

Fonte: Olhar Digital