Para o CEO da NetflixReed Hastings, o mercado de streaming não atingiu o ponto de saturação. Inclusive, para ele, isso ainda está “longe” de acontecer.

Isso porque o executivo acredita que a forma de distribuição digital ainda tem muito espaço para crescimento. De acordo com ele, o streaming em 2021 ainda representa uma pequena fatia na participação do mercado de televisão nos Estados Unidos (EUA): “somente” 27%. “Não se deve esquecer que, nos EUA, metade das residências ainda não possui smart TVs, ou seja, aparelhos conectados à internet”, explicou Hastings à revista alemã Der Spiegel.

O chefe da maior empresa de streaming do mundo, com 209 milhões de assinantes, também admite que o tempo da programação de TV clássica está longe de encontrar um fim, porém é otimista ao falar quando o novo estilo digital de assistir a conteúdo tomará conta do mercado sozinho. “Vai levar mais 10 ou mesmo 20 anos antes que a TV linear desapareça completamente”, declarou em entrevista.

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CEO da Netflix: mercado de streaming está longe da saturação. Imagem: Freestocks.org/exels

Questionado sobre se o público algum dia irá poder acompanhar o noticiário dentro da Netflix, Hastings responde veementemente que “não depende de notícias ou esportes ao vivo para atrair mais assinantes”. Ele vê a plataforma de streaming como “uma empresa de entretenimento que não faz jornalismo”, explicando que “é difícil produzir informação sem fazer inimigos, principalmente como companhia global”.

O executivo ainda explica que a exclusão de transmissões esportivas na Netflix ocorre por um motivo simples: controle – ou seja, a corporação não quer lidar com algo que não pode ter total supervisão. “Não somos donos da Bundesliga (principal campeonato alemão de futebol), eles podem fazer acordos com quem quiserem. Então, esse tipo de controle seria um pré-requisito para podermos oferecer aos nossos clientes um negócio seguro”.

No entanto, Hastings deixa uma pequena brecha para uma futura inclusão de esportes na plataforma. Referindo-se ao automobilismo, ele diz à revista: “Há alguns anos, os direitos da Fórmula 1 foram vendidos. Naquela época não estávamos entre os licitantes. Se fosse hoje, iríamos pensar melhor nisso”.

Ainda à Der Spiegel, o executivo declarou que quer continuar crescendo com séries, filmes e videogames. No momento, a Netflix segue testando um game baseado na série ‘Stranger Things’, na Polônia. Os clientes podem jogá-lo nos telefones celulares por meio do aplicativo de streaming.

Sobre isso, Hastings comenta que ainda decidirá se a investida da empresa no meio game se tornará “algo a mais” em alguns anos. “Ainda temos muito o que experimentar nesta área. Cerca de 10.000 novos jogos são lançados a cada ano, um número gigantesco. Comparado a isso, produzir filmes e séries parece quase fácil”, concluiu.

Fonte: Olhar Digital