Instituto intensifica ações durante campanha mundial de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a Mulher

Em Dourados mais de 40 mulheres de diversas áreas profissionais se uniram e criaram a rede de enfrentamento denominado ‘Instituto Mulher’, presidido pela advogada Edna Bonelli. Com o lema ‘A luta é por todas nós’, o Instituto formado por advogadas, assistentes sociais, psicólogas, médicas e fisioterapeutas atua como frente de proteção há 3 anos no município e região. Uma das ações destaque é a criação do S.O.S Mulher que presta atendimento 24h para vítimas de violência domésticas, através do telefone (67) 99214-3990.


Através desta equipe multidisciplinar, o instituto presta atendimento às mulheres com orientações e encaminhamentos, participação em campanhas e seminários, e também prestação de serviço. O grupo atua com palestras não só na cidade, mas também nas aldeias Bororó e Jaguapiru, bem como municípios da região. O Instituto Mulher trabalha junto com demais grupos ativistas da causa feminina entre eles a Rede Municipal de Enfretamento à Violência contra a Mulher e o CEDMS (Conselho Estadual do Direito da Mulher).


Além de apoiar as políticas públicas, Edna destacou que o instituto criou ao longo desses anos campanhas próprias como é o caso do ‘Papo reto com Maria da Penha’, onde visitaram cerca de 20 empresas em Dourados no ‘Agosto Lilás’ para falar para homens e mulheres os tipos de violência condenadas pela Lei que completou 15 anos.


Em entrevista ao Jornal O Progresso, Edna Bonelli destacou que o instituto tem três objetivos principais: defender interesses e direitos das mulheres; pugnar pelo respeito do princípio da igualdade de gênero e incentivar mulheres a ocuparem o seu espaço dentro das esferas de poder. “Estamos em todos os cantos com nossas ações sociais, palestrando e levando não só conhecimento jurídico, mas acolhendo a mulher em todos os aspectos”, frisou.


Edna salientou que muitas tem sido as bandeiras levantadas pelo instituto em favor das mulheres douradenses e destacou uma das principais lutas atualmente tem sido em prol do funcionamento 24 horas da Delegacia de Atendimento à Mulher. “Os dados apontam que na maioria das vezes a mulher sofre violência à noite ou então durante o fim de semana, justamente quando essa Delegacia está fechada, isso nos preocupa, pois sabemos que muitas vezes elas deixam de denunciar por temer serem julgadas por homens nas delegacias não especializadas. Elas precisam de acolhida qualificada, atendimento especializado”, destacou Edna.

16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a Mulher


Durante a entrevista Edna destacou que nesse mês de novembro até o dia 10 de dezembro o Instituto estará empenhado na campanha mundial dos 16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher.


“Durante esses 16 dias vamos ser incansáveis no ativismo, porque as estatísticas infelizmente ainda são assustadoras quando o assunto é violência contra a mulher. Vamos mostrar que os nossos olhos não estão fechados, é importante que a sociedade veja essa presença feminina na luta contra as agressões físicas, psicológicas e tantas outras sofridas pelas mulheres”.


“Acredito que a informação salva, porque quando uma mulher toma conhecimento dos seus direitos e se sente acolhida ela tem forças para denunciar. Por isso não nos cansamos de falar e conversar com toda a sociedade sobre esse assunto que durante muito tempo ficou encoberto com aquele tabu de que ‘briga de marido e mulher ninguém mete a colher’, pois eu digo metemos sim! Meta a colher, pois só assim os números de feminicídio vão diminuir”, finalizou Edna.

Por: Cristina Nunes

Fonte: Dourados Agora