Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid) organiza um estudo para compreender uma classe de efeitos adversos das vacinas de mRNA (RNA mensageiro) contra a covid-19: as reações alérgicas sistêmicas após o imunizante da Pfizer ou da Moderna. A pesquisa não deve investigar a relação com casos graves (anafilaxia).

“No geral, reações alérgicas graves às vacinas de mRNA contra a covid-19, incluindo reações de anafilaxia com risco de vida, como pressão arterial baixa e dificuldade para respirar, são raras, na ordem de cinco casos por milhão de doses de vacina administradas”, explica Pamela Guerrerio, do Niaid, em comunicado.

EUA investigam reações alérgicas sistêmicas após vacina da Pfizer (Imagem: Reprodução/Prostock-studio/Envato Elements)

“Nosso estudo visa fornecer uma melhor compreensão dos mecanismos responsáveis ​​por reações alérgicas sistêmicas, como urticária, inchaço, dificuldade para respirar e tontura ou desmaio”, detalha a pesquisadora.

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Como será o estudo sobre as vacinas de mRNA?

No estudo norte-americano, os cientistas do Niaid devem recrutar 100 pessoas, com idades entre 16 e 69 anos. Em comum, todos devem ter apresentado um quadro de reação alérgica leve ou moderado, após receberem a primeira dose da vacina de mRNA.

Os voluntários devem receber uma segunda dose da mesma vacina, mas em um ambiente totalmente controlado: uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital. Nessas condições, reações alérgicas potencialmente graves podem ser mais facilmente controladas. O tempo de permanência na UTI de cada participante deve ser de no mínimo quatro dias.

O curioso do estudo é que, além da vacina original contra a covid-19, os participantes também receberão uma versão placebo (sem eficácia da fórmula), mas não saberão qual a ordem das aplicações.

Além disso, na admissão e durante a internação, os voluntários passarão por testes respiratórios e coletas de sangue. Também irão preencher questionários sobre a saúde mental/ansiedade antes, no momento e nos meses seguintes à vacinação. Passarão ainda por uma entrevista por telefone uma semana após a alta. Por fim, deverão voltar ao hospital uma vez por mês durante cinco meses para que a equipe de médicos e cientistas possa analisá-los.

Vale destacar que, na pesquisa, não serão recrutadas pessoas que desenvolveram reações alérgicas graves (anafilaxia) após a primeira dose da vacina. Em casos extremos e sem o atendimento adequado, o indivíduo pode morrer por causa da anafilaxia.

Reforço da vacina contra a covid

“As pessoas que sofreram uma reação alérgica depois de receber uma vacina de mRNA contra a covid-19 podem hesitar em completar seu regime vacinal”, explica Anthony Fauci, diretor do Niaid. “Este estudo nos ajudará a determinar se indivíduos que sofreram reações alérgicas sistêmicas moderadas podem receber com segurança uma segunda dose de uma vacina de mRNA”, completa.

Após o período de acompanhamento, os participantes que tolerarem a segunda dose da vacina com nenhum ou apenas sintomas leves receberão uma dose de reforço da fórmula da Pfizer.

Fonte: NIH