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A alta de preços dos combustíveis anunciada pela Petrobras na última quinta-feira (10) deverá impactar os preços das companhias aéreas. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), em nota divulgada durante a semana, o QAV, combustível usado na aviação, responde por mais de um terço dos custos do setor.

“A Abear, acompanhando permanentemente o impacto da guerra na Ucrânia para os valores do barril de petróleo, constata que as cotações se aproximam de US$ 140, maior valor no país desde 2008”, diz a nota. “Isso pressiona ainda mais o já elevado preço do QAV, que em 2021 alcançou seu maior patamar, acumulando alta de 76,2%, superando as variações do diesel (+56%), gasolina (+42,4%) e gás de cozinha (+36%), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”.

A associação informa que “diante desse cenário, o consequente encarecimento do QAV nos curto e médio prazos poderá frear a retomada da operação aérea”. Ao final da nota, a Abear afirma defender “medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor”.

O que dizem as aéreas

Na mesma direção, a Latam afirmou em nota ao G1, que os preços de combustíveis têm impacto relevante no custo de operação e o atual cenário demanda que a passagem fique mais cara.

“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas, em função da alta do preço do querosene da aviação (QAV) que, infelizmente, diante da imposição desse novo cenário de crise sem precedência e previsibilidade, afetará o aumento no preço das passagens”, diz nota.

A Gol não se manifestou por estar em período de silêncio, medida que antecede à divulgação do balanço da empresa.

Já a Azul afirmou que lamenta a guerra e diz que, além das irreparáveis perdas humanas, o conflito também traz “consequências devastadoras para todos os setores da economia no mundo”.

“A continuidade desse cenário poderá adiar uma retomada mais vigorosa da oferta de voos no país, assim como a inclusão de novas cidades e novas rotas e frequências entre aeroportos que já contam com serviço aéreo”, diz o texto.