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Silas Malafaia, o pastor raivoso e ultrarreacionário que serve de pilar de sustentação para Jair Bolsonaro em setores evangélicos radicais, aproveitou o escândalo do MEC, no qual o ministro Milton Ribeiro aparece como coordenador de um “gabinete paralelo” formado por pastores que têm prioridade nas decisões e nas verbas da pasta, para chamuscar o colega de altar.

“O ministro é pastor, e tem que provar que é honesto. Ele não pode ser genérico nas afirmações. Ele tem que mostrar, com documentos, o que esses dois caras pediram no ministério, se era lícito, o que foi liberado e onde o dinheiro foi parar”, disparou o sempre verborrágico e irascível clérigo milionário.

“O ministro é pastor e tem pastores envolvidos na história. A transparência tem que ser a máxima possível. Já há preconceito quando se fala de dinheiro e de pastor. Ele tem que agir com transparência total. Na política, não basta ser honesto, o que eu acredito que ele é. Tem que provar”, continuou o líder da seita Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Denúncias e escândalo só aumentam

Os indícios de corrupção no Ministério da Educação que vieram à tona com a informação de que o ministro Milton Ribeiro mantém um “gabinete paralelo” de pastores na pasta foram reforçados nesta terça-feira (22) a partir de denúncia feita por Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luis Domingues (MA), ao jornal Estadão. 

Segundo Braga, o pastor Arilton Moura o pediu propina de 1 quilo de ouro para liberar recursos MEC destinados à construção escolas e creches em sua cidade

“Ele (Arilton Moura) disse: ‘Traz um quilo de ouro para mim’. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não (…) Ele disse que tinha que ver a nossa demanda, de R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar (a demanda no MEC). E na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto, X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”, relatou o prefeito ao periódico paulista.

A solicitação do pastor teria ocorrido em abril de 2021 durante um almoço em Brasília, logo após uma reunião com o próprio ministro Milton Ribeiro, dentro do MEC.