Os carros elétricos devem ficar (ainda) mais caros nos próximos meses. Segundo relatório da S&P Global Mobility, empresa de consultoria especializada em mobilidade, a Guerra na Ucrânia e as sanções econômicas impostas à Rússia serão determinantes para o aumento nos preços — que já acontecem em alguns mercados.

A Rússia é um dos maiores exportadores de níquel, uma das principais matérias-primas para a produção de baterias. Com os bloqueios econômicos aplicados contra o país comandado por Vladmir Putin, a negociação desse insumo fica impossibilitada e gera o remanejamento de pedidos para outros produtores, algo que leva um certo tempo.

Além da falta de níquel, os semicondutores, já escassos por diversos fatores, também devem ser afetados, já que a Ucrânia é um grande produtor desses recursos eletrônicos em território europeu. Neste caso, além de aumentar o preço dos carros elétricos, modelos mais simples e a combustão podem ser afetados no curto prazo.

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A Volkswagen interrompeu a produção de carros elétricos nas últimas semanas (Imagem: Divulgação/Volkswagen)

Para que o leitor do Canaltech tenha uma ideia do impacto da guerra no preço níquel, o valor do metal na última década variou entre US$ 10 mil e US$ 20 mil por tonelada. Após o início dos ataques da Rússia e das consequentes sanções, o valor saltou para US$ 100 mil.

Preços já começam a aumentar

Algumas montadoras já começaram a realizar aumentos substanciais em seus carros elétricos após a Guerra na Ucrânia. A Tesla, por exemplo, acrescentou US$ 8 mil no preço-base do Tesla Model Y, seu SUV elétrico. Já a Mercedes-Benz aumentou o preço do EQS em US$ 11 mil.

O uso do níquel como um dos condutores das baterias foi intensificado nos últimos anos em substituição ao cobalto. Isso aconteceu após denúncias de abuso contra trabalhadores no Congo, um dos principais produtores do mineral em todo o mundo.

Fonte: Automotive News

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