O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) vai anunciar na próxima segunda-feira, 13, a pré-candidatura ao Palácio Piratini. Ele renunciou ao cargo, no fim de março, porque pretendia ser candidato à Presidência, mas mudou os planos porque não obteve apoio da cúpula do PSDB. Depois de muitas idas e vindas, o partido aprovou nesta quinta-feira uma aliança com o MDB e vai apoiar a pré-candidatura de ao Palácio do Planalto.

A disputa por um novo mandato contraria o discurso do próprio Leite, que disse várias vezes ser contra o instituto da reeleição. Para fechar o acordo com Simone, os tucanos exigiram que o MDB apoiasse o ex-governador do Rio Grande do Sul. Por enquanto, porém, o deputado estadual Gabriel Souza (MDB-RS) mantém a pré-candidatura ao Piratini.

“O tempo tem mudado bastante, o que não mudou é a minha situação: sou pré-candidato a governador”, disse Souza, nesta sexta-feira, 10, por meio do Twitter. Integrantes do MDB gaúcho, no entanto, têm a expectativa de que o deputado estadual apoie Leite mais adiante e seja vice na chapa.

O retorno do ex-governador ao Rio Grande do Sul ocorre após uma série de reviravoltas. Inicialmente, o plano de Leite era concorrer à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. O gaúcho ficou em segundo lugar nas prévias do PSDB, em novembro do ano passado, perdendo para o ex-governador de João Doria. Mesmo assim, diante da resistência do comando do PSDB à pré-candidatura de Doria, Leite pôs o nome à disposição do partido para a disputa nacional.

Ele deixou o governo do Rio Grande do Sul no fim de março porque a lei eleitoral estabelece que detentores de mandato no Executivo devem deixar os postos seis meses antes das eleições, a não ser que disputem o mesmo cargo. Como a intenção de Leite era concorrer ao Palácio do Planalto, ele saiu. O vice-governador Ranolfo Vieira assumiu a cadeira e passou a ser apontado como pré-candidato do PSDB à reeleição. Em abril, diante da resistência de Doria em deixar a corrida presidencial, Leite passou a se concentrar em seu Estado.

Quando Doria foi pressionado pela cúpula do PSDB a desistir, no mês passado, Leite chegou a ser sondado pelo grupo do deputado Aécio Neves para retomar as articulações nacionais e fazer novo movimento na direção da candidatura ao Planalto, mas percebeu que não contava com maioria no partido para isso. Antes mesmo da saída de Doria, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, também convidou Leite para se filiar ao partido e ser o candidato ao Planalto. Ele ficou tentado a aceitar a oferta, mas na última hora disse “não”.

Mesmo sem falar publicamente, Leite tem atuado na prática como pré-candidato ao governo gaúcho desde 22 de abril, quando divulgou uma carta desistindo de ser candidato à Presidência.