O MDB deve definir nos próximos dias a posição do partido em relação ao confronto direto entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. A tendência, apurou CartaCapital, é que a legenda libere a bancada para apoiar o candidato que quiser.

Assim que o resultado do primeiro turno foi anunciado, na noite de domingo 2, a candidata do MDB ao Planalto, Simone Tebet, afirmou que não vai se omitir.

“Agora é hora de os presidentes dos nossos partidos se pronunciaram. Espero que o façam e o façam rapidamente, para que depois eu possa, neste momento tão complexo, me posicionar”, discursou. “Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo”.

A emedebista terminou na terceira colocação, com 4% dos votos válidos, à frente de Ciro Gomes (PDT), que chegou a 3%. Lula ficou com 48,43% e Bolsonaro com 43,20%.

Em diversas entrevistas, ainda durante a disputa, Tebet disse que, na hipótese de não chegar ao segundo turno, ficaria ao lado da democracia. As declarações foram vistas como um aceno a Lula. A CartaCapital, em setembro de 2021, a senadora já descartava votar em Bolsonaro.

A emedebista foi alvo de uma guerra interna no seu partido que se dividiu entre uma ala que defendia apoiar o Lula já no primeiro turno, outra que estava com Bolsonaro e a maior delas que bancou a candidatura própria.

Integrantes da direção nacional do partido acreditam que a manutenção da candidatura de Tebet evitou que membros da legenda próximos a Bolsonaro se aliassem ao ex-capitão antes do segundo turno.

Os brasileiros voltam à urna no dia 30 de outubro para escolher o presidente.