O líder do grupo insurgente Exército do Povo Paraguaio (EPP) foi morto juntamente com outros dois membros do grupo marxista, que atua no norte do Paraguai há 14 anos, anunciaram o presidente Mario Abdo Benítez e a polícia.https://9dfc323040353bdb180b78a4c1b17ca2.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0

“Três membros do EPP, identificados como Osvaldo Daniel Villalba (ou comandante Alexandre), Luciano Argüello e um indígena conhecido como Simón foram mortos ontem por militares na área de Cerro Guazú, departamento de Amambay”, informou o comissário Nimio Cardozo nesta segunda-feira (24).

O presidente anunciou ontem que a morte dos insurgentes ocorreu “após mais de um ano de trabalho de inteligência”, e pediu aos insurgentes do grupo que permanecem no norte se entreguem.

Influenciado pela Teologia da Libertação, o EPP é uma cisão do partido Pátria Livre, fundado em 1990, que se autodefine como marxista e anti-imperialista. Nimio Cardozo informou que o confronto com membros do grupo ocorreu na tarde de ontem a 500 km de Assunção, nas encostas do Guasú, considerado pelos indígenas um morro sagrado.

Horas antes do ocorrido, “os membros do EPP executaram duas pessoas da comunidade indígena Pai Taviterá, acusadas de vazar informações” aos militares sobre o grupo armado e Villalba, por quem o governo oferecia uma recompensa de US$ 150 mil, relatou o promotor Lorenzo Lezcano.

Essa foi “a operação mais importante” realizada contra o EPP desde que este começou a operar no norte do país, em 2008, destacou Nimio Cardozo. Autoridades atribuem ao grupo cerca de 80 mortes de civis, policiais e militares desde então, além de 20 sequestros e extorsões periódicas de fazendeiros.

Beatriz Denis, filha do ex-vice-presidente paraguaio Óscar Denis (2012-2013), disse que a queda do líder do EPP poderia fornecer dados para localizar seu pai, sequestrado há dois anos: “Estamos com muita expectativa.”

“Villalba era considerado o chefe do EPP, juntamente com sua ex-mulher Magna Meza. Em setembro de 2020, uma filha e uma sobrinha de Villalba, ambas de 11 anos, foram mortas no ataque das forças militares a um acampamento do grupo.